O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse no sábado que está concluída a retirada dos funcionários da embaixada norte-americana no Sudão. Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da França disse este domingo que uma "operação de evacuação rápida" tinha começado e que cidadãos europeus e de "países parceiros aliados" também seriam apoiados, mas não adiantou mais pormenores.
Por seu lado, a embaixada da Turquia no Sudão disse que o processo de retirada dos seus cidadãos também arranca este domingo, tendo em conta a situação caótica que se vive atualmente na capital, Cartum, e ao retomar dos confrontos.
“Tenho um orgulho no extraordinário compromisso da nossa equipa da embaixada, que desempenhou as suas funções com coragem e profissionalismo e personificou a amizade e a ligação da América com o povo do Sudão”, referiu Biden no comunicado divulgado pela Casa Branca. “Estou grato pela capacidade incomparável dos nossos militares que os trouxeram com sucesso para um local seguro”.
Os planos de retirada começaram na segunda-feira, depois de veículos da embaixada dos Estados Unidos, que estavam em deslocação, terem sido atacados em Cartum, capital do Sudão. Pouco mais de 100 soldados das operações especiais dos EUA participaram na operação de resgate de menos de 100 pessoas, em três helicópteros. Os funcionários foram levados para um local não identificado, na Etiópia, revelaram à agência de notícias Associated Press (AP) dois responsáveis.
Washington encerrou a representação diplomática por tempo indeterminado. No comunicado, Biden deixou um agradecimento ao Djibuti, à Etiópia e à Arábia Saudita, que foram "fundamentais para o sucesso" da operação.
Joe Biden apelou a um cessar-fogo imediato e condenou a violência no país.
Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".
O aeroporto de Cartum continua a não funcionar e as rotas terrestres da capital para fora do país são longas e perigosas, mesmo sem as hostilidades atuais, o que coloca dificuldades e riscos de segurança adicionais.
Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.