Taça da Liga: Benfica-Santa Clara, 3-0 (crónica) - TVI

Taça da Liga: Benfica-Santa Clara, 3-0 (crónica)

Saca-rolhas estava no banco

Bruno Lage teve de ir ao banco buscar Di María e Pavlidis para bater o Santa Clara e reservar um lugar na Final Four da Taça da Liga. O treinador tinha promovido quatro alterações no onze inicial, mas o Benfica perdeu velocidade e os automatismos que tinha exibido frente ao Rio Ave e chegou ao intervalo com apenas uma oportunidade clara de golo. Com o argentino e o grego em campo, na segunda parte, o Benfica desbloqueou o marcador em dois tempos e ainda chegou a ameaçar nova goleada na Luz.

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Bruno Lage promoveu apenas quatro alterações, com destaque para a estreia de Renato Sanches como titular, mas foram mexidas suficientes para retirar automatismos e velocidade à equipa, numa comparação com a goleada que a equipa aplicou, há apenas três dias, ao Rio Ave. O Benfica entrou no jogo com posse de bola, mas com um ritmo muito baixo, permitindo ao Santa Clara solidificar posições em redor da área de Gabriel Batista.

Com um jogo paciente, por vezes em demasia, o Benfica procurava profundidade pelas alas, com Carreras a juntar-se a Beste sobre a esquerda, e Alexander Bah também a subir no corredor, ao encontro de Amdouni, com Aktürkoglu, mais solto, a jogar nas costas de Arthur Cabral. O início até foi promissor, com uma grande bola de Amdouni a permitir a Beste uma cabeçada com selo de golo, mas com Gabriel Batista a responder com reflexos impressionantes e a afastar a bola com uma sapatada.

O Benfica, com um bloco bem subido, não deixava o Santa Clara sair a jogar, mas depois também não encontrava espaços, numa curta faixa de terreno muito congestionada. Sem acelerar o jogo, sem conseguir provocar desequilíbrios, o jogo do Benfica foi-se engasgando, na mesma medida em que o Santa Clara foi ganhando confiança para ensaiar as primeiras transições. Vasco Matos promoveu oito alterações em relação à última vitória sobre o Gil Vicente, mas a equipa manteve-se fiel aos princípios que, na época passada, lhe permitiram conquistar o direito de regressar ao primeiro escalão, ocupando, atualmente o quarto lugar na Liga, a apenas um ponto do Benfica.

Uma equipa muito bem organizada em termos defensivos que foi procurando esticar o jogo, empurrando, de forma invisível, o Benfica que, sem dar por ela, estava a jogar cada vez mais longe da baliza de Gabriel Batista. Bruno Lage desesperava junto à linha lateral, pedindo constantemente à sua equipa, especialmente a Amdouni, para subir no terreno. A verdade é que o Santa Clara, cada vez mais confiante no seu processo defensivo, foi arriscando mais no ataque. António Silva, com uma rosca, que fez a bola subir e passar perto da barra de Trubin, provocou um primeiro susto, mas logo a seguir voltou a comprometer, ao ser ultrapassado por Kinsmahn, num lance que quase acabou com um golo de Alisson Safira.

Entram Di María, entra Pavlidis e começa um jogo novo

O intervalo chegou a voar, numa primeira parte jogada a um ritmo demasiado baixo, com muitas interrupções e apenas uma oportunidade evidente para cada lado. Bruno Lage não podia star satisfeito e, prova disso, é que logo a abrir a segunda parte, lançou Kokçu e Angel Di María para a contenda, em detrimento de Renato Sanches e Amdouni. O futebol do Benfica mudou da noite para o dia, desde logo, com o argentino a dar vida ao flanco direito que, com Amdouni, praticamente não existiu na primeira parte.

Com Kokçu ao lado de Aursnes, o Benfica também ganhou consistência no meio-campo e também acelerou o jogo por aí. O Santa Clara voltou a sentir dificuldades, voltando a recuar em bloco para a defesa da sua área. Di María, sempre muito em jogo, foi abrindo caminhos pela direita e recuperou o ânimo dos adeptos nas bancadas, mas o Benfica ainda apanhou um grande susto, quando Klinsmahn, com um grande passe, lançou Gabriel Silva que correu meio-campo e tentou bater Trubim com um chapéu que passou perto da barra.

Um susto, numa altura em que o Benfica estava a crescer a olhos vistos. Bruno Lage acabou por lançar ainda Pavlidis para o lugar de Beste e o grego acabou por ser determinante na abertura do marcador. Um lance que começa em Carreras, com o avançado grego a levar a bola para a linha de fundo e a cruzar in extremis sobre a linha para o remate espetacular, de primeira, de Di María a levantar o estádio. Um golo muito comemorado por toda a equipa que estava a ver o tempo a correr sem conseguir desfazer o nulo. Um golo que colocava o Benfica em vantagem e mudava o jogo de forma significativa.

O Santa Clara estava obrigado a reagir, mas tinha agora pela frente um Benfica embalado que, em dois tempos, chegou ao segundo golo, desta vez com Álvaro Carreras a romper pela esquerda e a cruzar para a cabeça de Pavlidis que, depois da assistência, também marcou. Mais cinco minutos e novo golo do grego, agora com assistência de Otamendi. 

Estava feito. Um jogo que chegou a parecer muito difícil para o Benfica, tornou-se num jogo muito fácil com a entrada de dois jogadores: Di María e Pavlidis.

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