Emanuel Simões: «Foram as bolas paradas que fizeram a grande diferença» - TVI

Emanuel Simões: «Foram as bolas paradas que fizeram a grande diferença»

Taça de Portugal: Benfica-Tirsense, 4-0 (reportagem)

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Emanuel Simões, treinador do Tirsense, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Benfica (0-4), no Estádio da Luz, em jogo da segunda mão da meia-final da Taça de Portugal:

«Acho que este jogo tem duas partes completamente distintas. Na primeira parte conseguimos em muitos momentos ter bola, não deixámos o Benfica jogar e acabámos por sofrer num lance de bola parada. Não é a mesma coisa voltar do intervalo a perder. Mais uma vez uma diferença muito grande entre as duas equipas, mas foram as bolas paradas que fizeram a grande diferença. Foi a dimensão física, claro, e as bolas paradas. Não viemos aqui meter o autocarro à frente da baliza e defender, tivemos uma atitude, procurámos valorizar o jogo, tendo em conta a diferença evidente entre as duas equipas.

Concorda com a ideia de que uma meia-final a duas mãos é mais difícil para os clubes pequenos?

«Acho que uma eliminatória a duas mãos inviabiliza ou reduz as possibilidades uma equipa mais pequena. Acho que devia se só uma mão. Quando acontece um jogo destes, tão desnivelado, devia ser só uma mão e devia ser em casa do clube mais pequeno também por uma questão financeira. Sei que não é fácil. Isto, assim, está feito para os clubes grandes. Este formato reduz as possibilidades dos mais pequenos. A outra meia-final com o Rio Ave teve o mesmo desfecho. É uma situação para ser tratada da no futuro. Mesmo para os clubes grandes, com o elevado número de jogos que têm nesta fase, também não interessa terem dois jogos.

Falou agora em muitos jogos, mas o Tirsense esteve quase um mês sem jogar e agora só volta a jogar em setembro…

«É verdade e se contarmos que o nosso campeonato já acabou há dez dias, é muito desnivelado. Acho que os quadros competitivos dos campeonatos profissionais têm de ser repensados. Apostou-se muito na Liga 3 e esqueceram-se um pouco do Campeonato de Portugal. Penso que o Tirsense deixou aqui uma boa imagem, mas agora, até meio de agosto, estes jogadores não têm nenhuma competição. Esta equipa veio do Campeonato de Portugal, chegou à meia-final e, mesmo no canal da Federação Portuguesa de Futebol, não teve qualquer visibilidade por estar numa meia-final.

Mais de mil adeptos na Luz que se fizeram ouvir. Este jogo também foi um prémio para os adeptos?

«Foi um prémio para todos nós, para os adeptos, jogadores, treinador, para toda a estrutura. O Tirsense é um histórico do futebol português e acho que faz falta aos campeonatos profissionais. Terminar aqui, com muitos adeptos, acho que é um prémio acima de tudo para eles. Foi pena não termos conseguido dar mais um prémio que seria fazer golos no Estádio da Luz. O Tirsense tem uma massa adepta fantástica. Há uns meses estava no distrital e conseguia meter nove mil adeptos nos jogos.

O Tirsense conseguiu meter o Benfica em sentido na primeira parte. Qual era o objetivo?

Um dos nossos objetivos para o jogo era marcar um golo, se possível, antes do Benfica marcar. Tivemos ali uma possibilidade e acho que essa seria a grande vitória para o jogo de hoje. Depois sabíamos que o jogo ia partir-se mais e o Benfica ia ganhar o jogo, mas era um dos objetivos que tínhamos.

Qual o futuro de Emanuel Simões, vai continuar no Tirsense?

«Sinceramente não sei. A minha carreira teve altos e baixos em tempos de paragem. Estive parado durante dois anos e perdi o gosto pelo futebol, por várias condicionantes. Acho que em Portugal não se valoriza o futebol, que vem de baixo. Este ano o Tirsense voltou a dar-me o gosto de treinar e não foi na Taça de Portugal. A Taça foi um prémio. Não sei o que vai acontecer. Tive um grande prazer em treinar o Tirsense, mas vamos ver. Não sei o que será a minha vida a partir de hoje. Agora vamos descansar um bocadinho, depois logo se verá».

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