Governo não queria cláusula no contrato de Christine para evitar que fosse para concorrentes da TAP - TVI

Governo não queria cláusula no contrato de Christine para evitar que fosse para concorrentes da TAP

Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP (LUSA)

Miguel Frasquilho não se recorda porque motivo o Governo não queria que existisse uma cláusula no contrato da gestora francesa que a impedisse de ir para concorrentes da TAP quando saísse da empresa. Mas há documentação que o comprova

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O Governo chegou a considerar que não se justificava uma cláusula no contrato da antiga presidente executiva da TAP que a impedisse de ir trabalhar para uma empresa concorrente após sair da companhia aérea portuguesa.

Na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, o deputado liberal Bernardo Blanco recordou uma comunicação enviada por Miguel Frasquilho, então presidente do conselho de administração da TAP, à administradora Alexandra Reis, dando conta que não se justificaria uma cláusula de não concorrência.

Bernardo Blanco lembrou que, no contrato, acabou por ficar definido um prazo de quatro meses. Mas que, no verão, a gestora Christine Ourmières-Widener “pode ir para uma das empresas interessadas [na compra da TAP] com toda a informação que a TAP tem”.

Ouvido no Parlamento, Miguel Frasquilho confessou que não se recordava nem da cláusula nem das trocas de mensagens, mas, estando essa documentação na posse da comissão, garantiu-lhes a veracidade da mesma.

Frasquilho admitiu que não se debruçou muito sobre o contrato, já que “os termos e condições estavam acordados quando o contrato chegou à TAP. Os termos estavam acordados entre a tutela e a própria CEO”.

“O que a TAP fez foi pedir à sua assessoria jurídica para verter condições num documento jurídico”, juntou.

Mas porque não queria o Governo essa cláusula de não concorrência? Frasquilho, que esteve na empresa entre 2017 e 2021, não se recorda.

Christine Ourmières-Widener, que foi despedida da TAP numa conferência de imprensa dos ministros Fernando Medina e João Galamba, por “justa causa”, está a contestar judicialmente a decisão.

Questionado sobre a escolha de Christine Ourmières-Widener para substituir Antonoaldo Neves, Frasquilho respondeu assim: “Não havia uma relação de confiança entre o Estado e Antonoaldo Neves e a saída ocorreu neste contexto”.

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