Ramiro Sequeira, ex-presidente executivo interino da TAP e atual responsável pelas operações, descartou que a venda da TAP à Iberia possa significar o fim do ‘hub’ da companhia aérea em Lisboa, numa resposta àqueles que alertam para os perigos deste potencial negócio. “Não vejo tão linear assim”, defendeu.
Embora sem querer comentar a venda específica da TAP, Ramiro Sequeira optou por fazer um exercício “conceptual” mais generalizado para vincar a sua posição, argumentando que o ativo mais importante de uma companhia aérea, além dos trabalhadores, são os ‘slots’.
“Quem faz um investimento numa companhia e faz esse investimento em milhões, em que o principal ativo são os ‘slots’, se desviar essa capacidade para outro aeroporto então a concorrência pode entrar nesse aeroporto onde se tinha feito esse investimento. Estaria a danificar-se o investimento feito”, argumentou na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.
É uma resposta àqueles que consideram que, com a compra pela Iberia, o ‘hub’ acabaria deslocalizado para Madrid. Foi o caso do ex-acionista Humberto Pedrosa, que não gostava que a TAP fosse parar à Iberia.
Ramiro Sequeira passou pelo grupo dona da Iberia, a IAG. Daí que tenha preferido não opinar sobre este tema concreto. “É obvia a minha afinidade. E o passado não posso apagar.”
Sobre o processo de privatização da TAP, disse apenas que “ainda não começou”, lembrando que o processo estava concentrado na antiga presidente executiva e no administrador financeiro Gonçalo Pires. “Não conheço nenhum parecer jurídico sobre este processo”, disse.