Lacerda Machado diz que 1,6 milhões de euros por consultoria “foi pouco” face ao “significado” de Fernando Pinto para a TAP - TVI

Lacerda Machado diz que 1,6 milhões de euros por consultoria “foi pouco” face ao “significado” de Fernando Pinto para a TAP

O ex-administrador não-executivo da TAP, Diogo Lacerda Machado, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP na Assembleia da República (Lusa/ José Sena Goulão)

Lacerda Machado diz que “abusou da paciência” de Fernando Pinto, cujo valor considera que não foi devidamente reconhecido na TAP

Relacionados

Diogo Lacerda Machado defendeu que o contrato milionário de consultoria prestada por Fernando Pinto à TAP, no valor de 1,6 milhões de euros, “foi pouco” face à importância do ex-presidente executivo da companhia aérea.

“O que foi dado a Fernando Pinto é muito pouco por aquilo que ele significou para a TAP”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP. E, se dúvidas houvesse, dissipou-as, ao dizer que já viu contratos de consultoria “muitíssimos mais caros”.

Lacerda Machado, que foi um dos que mais recorreram a estes serviços de consultoria, reconheceu que não existe um documento formal que prove o trabalho de Fernando Pinto na TAP após abandonar a presidência. “Não, nem era suposto haver. Aqueles 1,6 milhões foram muito usados em proveito da TAP.”

Lacerda Machado, antigo administrador nomeado pelo Estado e amigo de António Costa, admitiu que foi ele insistiu com o conselho de administração, em especial na figura do antigo presidente executivo Antonoaldo Neves, para que se mantivesse Fernando Pinto na esfera da empresa.

E porquê? Porque Pinto “era o depositário da história da TAP”, que geriu “durante 15 anos sem um cêntimo de capital” nem o devido reconhecimento. Por isso, considerava que os seus conselhos eram preciosos e que “queria continuar a abusar da paciência” do gestor brasileiro. Houve inclusive encontros para um café fora da TAP.

Foi explicado a Lacerda Machado que o valor pago a Fernando Pinto “correspondia ao encargo que havia com ele enquanto presidente da comissão executiva da TAP”. “E a duração do contrato estabelecido com ele era igual ao do que seria o período normal até ao termo do mandato que ele tinha”, juntou.

“Ajudei a libertar Fernando Pinto do compromisso que estabeleceu com o Governo português de ficar aquele mandato inteiro porque percebi que estávamos a abusar claramente dele, da sua extraordinária capacidade e da dedicação espantosa à TAP”, afirmou.

Fernando Pinto, confessou Lacerda Machado, terá mesmo procurado a sua ajuda para lidar com o “problema de bónus por exercícios anteriores” que queria recuperar. Lacerda Machado negou, encaminhando-o para a Parpública, para o Governo ou mesmo para a via arbitral. Sobre esse processo, admitiu, não sabe o desfecho.

Continue a ler esta notícia

Relacionados