Humberto Pedrosa, ex-acionista da TAP, defendeu que este não é o momento para vender a companhia aérea e que a Iberia deveria ser a última opção entre os potenciais compradores. Mas, quando questionado sobre se estaria disponível para voltar a investir na TAP, deixou a porta aberta: com um “grupo nacional”.
“Se calhar não era o momento ideal para vender. Se a TAP fosse minha, esperava por uma melhor oportunidade, para pôr a TAP a ganhar dinheiro”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.
Apesar de reconhecer que o Estado estará “obrigado a vender uma parte substancial” da TAP por exigência de Bruxelas, Pedrosa seria mais cauteloso na operação: “aguardava mais um ano para ver o que dava”, na expectativa de resultados mais positivos.
Sobre esta venda, o empresário argumentou que é preciso “muito cuidado”. “Mesmo que a Iberia pagasse melhor do que a Lufthansa, deveríamos optar por uma Lufthansa ou outra companhia. Nunca pela Iberia”. E porque não a espanhola? “Temos o risco de o ‘hub’ passar para Madrid”.
E estaria Humberto Pedrosa disponível para voltar a investir na TAP? Sim, com um "grupo nacional". "Se houvesse grupo nacional interessado na TAP, claro que gostaria de fazer parte. Valeria a pena encontrar um grupo que pudesse ficar com a TAP ter a possibilidade de, num prazo longo, devolver ao Estado os fundos que colocou", argumentou.
Já antes, Pedrosa, quando questionado pelo social-democrata Paulo Moniz sobre um interesse prévio da Lufthansa, não confirmou. Teve conhecimento, sim, de um interessado “em entrar para a TAP”, mas sem indicação de ser a Lufthansa. O deputado lembrou que foi o próprio primeiro-ministro António Costa quem colocou o nome da companhia alemã em cima da mesa.
“Não avançou porque, entretanto, veio a pandemia. Porque se a pandemia atrasa mais um mês, provavelmente teria sido feito o negócio”, recordou.
Humberto Pedrosa foi ainda desafiado a escolher quem colocaria a gerir a TAP se ainda tivesse esse poder. E foi categórico na resposta: Luís Rodrigues, que é o atual presidente executivo, escolhido pelo Governo, que considera um “homem competente”.