Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP, elogiou as competências do primeiro-ministro e amigo António Costa. Mas escolheu, na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, uma formulação curiosa para o fazer: “António é um extraordinário advogado. Sempre lhe disse que se fosse advogado ficaria rico, mas ele escolheu ficar pobre”.
A frase surgiu em resposta ao social-democrata Paulo Moniz, que recuou aos tempos em que António Costa era advogado, tendo trabalhado com Lacerda Machado.
O gestor disse não se recordar da passagem do agora primeiro-ministro pela Ondex, empresa ligada à Motorola e a Stlanley Ho, que concorreu às primeiras licenças móveis em Portugal.
A recordação de terem trabalhado juntos veio de um processo ligado à indústria financeira, recuperou. E foi nessa sequência que veio o elogio: “Ele podia ser rico mas escolheu ficar pobre, que é o que ele é. Mas é riquíssimo de espírito”.
Já antes Lacerda Machado tinha garantido que não falava sobre a TAP com o amigo António Costa desde “o dia 9 de abril de 2020 às 22h00”. “É a melhor forma de preservar a nossa excelente amizade”, considerou. E afastou também que o primeiro-ministro alguma vez o tenha pressionado enquanto era administrador da TAP.
Paulo Moniz também perguntou a Lacerda Machado se era padrinho de casamento de António Costa, que confirmou.
Diogo Lacerda Machado foi o escolhido por António Costa em 2016 para renegociar com os privados da Atlantic Gateway a participação do Estado na TAP, revertendo assim parcialmente a privatização levada a cabo pelo Governo de António Costa.
Seria também António Costa a sugeri-lo para administrador da TAP, de onde saiu em abril de 2021.