Luís Rodrigues vai entrar em funções na TAP em abril, apurou o ECO junto de fonte do Ministério das Infraestruturas. O atual responsável executivo da açoriana Sata foi a escolha do Governo para acumular os cargos de CEO e chairman da TAP, substituindo Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram dispensados por “justa causa”.
Nesta segunda passagem pela TAP – foi administrador entre junho de 2009 e dezembro de 2014, na equipa de Fernando Pinto, tendo assumido várias responsabilidades, entre as quais o Brasil e a Groundforce –, o gestor vai liderar uma administração que manterá os restantes membros, como referiu o ministro das Infraestruturas, João Galamba. Incluindo o administrador financeiro, Gonçalo Pires, nomeado pelas Finanças e que tem sido alvo de críticas.
Luís Manuel da Silva Rodrigues estava aos comandos da SATA desde o final de 2019, e tinha sido reconduzido pelo governo regional dos Açores para o cargo no início deste ano. Acumulava a presidência da holding da companhia, numa altura em que se está também a preparar a privatização da Sata Internacional.
O ECO sabe que só na segunda-feira é que o Governo dos Açores, ainda sem sucessor para o cargo de CEO da SATA, foi informado da saída de Luís Rodrigues para a TAP. Fontes próximas do processo contaram que a informação terá sido transmitida pelo primeiro-ministro ao presidente do Executivo regional, José Bolieiro, horas antes do anúncio de Fernando Medina e João Galamba.
Aliás, esta é a segunda passagem recente de administradores da SATA para a TAP, depois de, a 1 de março, Mário Chaves ter assumido a presidência da Portugália. Mário Chaves estava na SATA desde 2020 onde ocupava o cargo de administrador operacional do grupo e accountable manager, sendo responsável pela rede, operações e pelo handling.
A atual administração tinha tomado posse em junho de 2021 e o mandato foi marcado por várias polémicas. Antes da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis, a gestão foi criticada pela tentativa de renovar a frota automóvel de diretores e administradores com viaturas BMW, a atribuição de vouchers da Uber no valor de 450 euros e uma relação conflituosa com os sindicatos, que levaram à primeira greve na companhia desde 2017.
Christine Ourmiéres deixa a TAP numa altura em que a companhia aérea terá fechado o último exercício com lucros, o que não acontecia há vários anos, com uma capacidade em lugares oferecidos que está muito próxima da de 2019, e acima das metas acordadas com Bruxelas. Em conferência de imprensa, Fernando Medina fez questão de assinalar “os bons resultados da atual equipa de gestão na implementação do plano de reestruturação”.