O que se passa com a Apple? Lucro cai pela 1ª vez em 10 anos

A Apple já viveu momentos muito mais áureos. Não apresenta prejuízos, mas o facto de os lucros caírem deixa muitos boquiabertos. Foi o que aconteceu no primeiro trimestre de 2013. E aconteceu pela primeira vez em 10 anos.

O resultado da empresa fundada pelo falecido Steve Jobs caiu 18% para 7,3 mil milhões de euros, o que compara com os 8,9 mil milhões de 2012. Continua a ser muito, mas muito dinheiro e os resultados continuam a ser muito positivos, mas lucros a descer causam apreensão. Há quem receie que Tim Cook, que lidera atualmente a companhia, não tenha o pulso da criatividade de Steve Jobs para lançar novos, inesquecíveis e vitoriosos produtos.

E, de facto, existem três justificações principais para o resultado menos bom do período janeiro-março. Um deles é precisamente o facto de não ter lançado um novo aparelho em março, como vinha acontecendo todos os últimos anos, nota a «Euronews».

Tim Cook promete novidades para o outono

Nos últimos dias, o co-fundador da empresa, Steve Wozniak, deixou no ar a ideia de que vem aí um novo produto que vai causar surpresa e impacto.

Entretanto, esta quarta-feira, Tim Cook já veio prometer «muitas novidades para o outono». «Não queremos ser mais concretos, mas temos realmente grandes novidades para o outono e para 2014», disse, numa sessão posterior à apresentação dos resultados, citado pelo «El País».

Cook desmentiu depois alguns rumores que dão conta de um novo iPhone com um ecrã de cinco polegadas. Alega que há muito para fazer no que toca ao software, pelo que o tamanho não é uma prioridade.

Normalmente, no outono, as novidades são dadas a conhecer em setembro. Espera-se uma nova versão iPad Mini, e do iPhone 5, o sistema operativo 7 e, provavelmente, um serviço de música em streaming.

Será que, assim, a empresa conseguirá retomar a linha ascendente dos lucros?

Há outros dois motivos apontados para este desempenho mais tímido: a grande rival Samsung está a revelar-se uma concorrente cada vez mais feroz e, por outro lado, as margens de lucro têm diminuído.

As vendas do iPhone continuam a aumentar, mas não tanto como em anos anteriores. Daí que as margens estejam a cair e a empresa encete novas estratégias, como baixar preços. Mas não era essa a política da Apple. Apostava pela diferença e pela qualidade, e os consumidores estavam dispostos a pagar por isso.

Apesar destes resultados, a companhia vai compensar os acionistas com um aumento de 15% do dividendo, a 3,05 dólares, com um programa de recompra de ações no valor de 50 mil milhões de dólares.

As vendas até aumentaram 11%, sendo que vendeu 37,4 milhões de iPhone, quando no mesmo período do ano passado comercializou 35,1 milhões. O smartphone foi responsável por três quartos dos lucros e é o equipamento mais mais rentável. Já o iPad, incluindo o Mini, conquistou 19,5 milhões de compradores. Os Mac ficam a grande distância, com menos de 4 milhões de unidades vendidas, à semelhança do que tem acontecido com os PC.

Só que, apesar de as vendas da Apple até terem aumentado, a margem de benefício caiu 37,5%. De qualquer modo, a marca da maçã continua a ser a empresa mais rentável do setor em Silicon Valley. Já se previa que os lucros caíssem e recuo até foi menor do que o esperado.

Certo é que no último meio ano a empresa perdeu tanto em bolsa como o valor de seis bolsas de Lisboa, à volta de 300 mil milhões de dólares (231 mil milhões de euros).