De 66% a 95%, saiba qual a eficácia de cada vacina contra a covid-19 - TVI

De 66% a 95%, saiba qual a eficácia de cada vacina contra a covid-19

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 2 fev 2021, 19:42
Vacinação contra a covid-19 nos Açores

Das vacinas da Pfizer e BioNTech à vacina russa Sputnik V. Saiba tudo o que precisa sobre as vacinas que combatem a covid-19

Pouco mais de dois meses depois do início do processo de vacinação, mais de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas, em, pelo menos, 77 países e territórios, com Israel a liderar a lista dos países que mais vacinaram.

Esta terça-feira, a revista médica The Lancet publicou um estudo onde revela que a vacina contra a covid-19 Sputnik V, desenvolvida pela Rússia, apresenta uma eficácia de 91,6% contra formas sintomáticas da doença, o que poderá levar à sua aprovação pela Agência Europeia do Medicamento, juntando-se, assim, ao grupo das vacinas já aprovadas.  

Recorde, então, a eficácia das principais vacinas desenvolvidas contra o novo coronavírus:

Pfizer e BioNTech

A vacina da Pfizer-BioNTech revelou uma eficácia de 95% e foi uma das primeiras vacinas a obter aprovação por parte das entidades reguladoras de vários países, com o Reino Unido a ser o primeiro a autorizar a sua administração.

É tomada em duas doses e necessita de ser armazenada a 70 graus negativos, algo que gerou muitas dificuldades na forma de garantir o transporte e armazenamento do produto.

Os resultados dos estudos levados a cabo mostraram que a vacina preveniu o desenvolvimento de casos de gravidade média e séria em voluntários que foram infetados com covid-19. Recentemente, a empresa informou que a vacina mantém grande parte da eficácia contra as principais mutações do vírus covid-19 verificadas no Reino Unido e na África do Sul.

Até ao momento, Portugal já recebeu 387.770 doses da vacina da Pfizer - sendo que mais 19.500 foram direcionadas para os Açores e para a Madeira. Ao todo, Portugal deverá receber 4,5 milhões de doses.

Moderna

Foi a segunda vacina a ser aprovada na União Europeia, depois de ter anunciado uma eficácia a rondar os 95%, no final de novembro. Tal como a vacina da Pfizer/BioNtech, a da Moderna é administrada por duas injeções no braço separadas no tempo por um intervalo de 28 dias.

A Agência Europeia do Medicamento confirmou que a eficácia atingiu cerca de 91%, incluindo em pacientes de risco, com doenças crónicas nos pulmões, coração e fígado.

A União Europeia adquiriu 160 milhões de doses da vacina, que deverão chegar ao longo do primeiro semestre de 2021. Portugal teve direito a 227.069 doses desta vacina, tendo já recebido 19.200 doses.

AstraZeneca

Depois de um período de muitas acusações entre a União Europeia e a AstraZeneca, a Agência Europeia do Medicamento aprovou a vacina desenvolvida pela farmacêutica britânica. Foi a terceira a ser aprovada na Europa e é a que apresenta a eficácia mais baixa, que não deve ir além dos 70%, ainda que vários números tenham sido apresentados.

Segundo os dados analisados pela revista científica The Lancet, a vacina da AstraZeneca é "segura", tendo sido reportados muito poucos efeitos secundários. Entre os mais de 23 mil voluntários que participaram nos ensaios clínicos, apenas um dos doentes teve um efeito secundário considerado grave.

Espera-se que cerca de 113 mil doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica britânica e pela Universidade de Oxford cheguem a Portugal em fevereiro.

Novavax

Uma nova vacina da Novavax contra o coronavírus demonstrou ser 89,3% eficaz, revelou a empresa de biotecnologia norte-americana. Em ensaios clínicos de grande escala realizados no Reino Unido, esta vacina demonstrou uma eficácia 95,6% na prevenção da covid-19 e de 85,6% contra a variante que apareceu no Reino Unido.

Os testes de Fase 3 - o estágio final antes de uma vacina ser avaliada por um regulador - envolveram mais de 15.000 pessoas, com idades entre 18 e 84 anos, das quais 27% tinham mais de 65 anos.

A Comissão Europeia vai investir 416 milhões de euros para aquisição das vacinas contra o SARS-CoV-2 da Valneva e da Novavax, elevando para oito o número de fármacos disponíveis para os Estados-membros da União Europeia.

Johnson & Johnson

O fármaco da empresa norte-americana Johnson & Johnson distingue-se por ser uma vacina de toma única e apresentar uma taxa de eficácia geral de 66% contra a covid-19, número que sobe para 85% na prevenção de casos de doença muito graves.

Nos Estados Unidos, a eficácia foi medida em 72%, mas na África do Sul, onde circula uma variante mais contagiosa, a taxa desceu para 57%.

CureVac

Outra das opções em cima da mesa é a vacina de mRNA desenvolvida pela CureVac, que vai ser produzida pela farmacêutica alemã Bayer.

Até 2022, está projetada a produção de 600 milhões de doses, embora com o aumento da rede de produção possa chegar a 1.000 milhões.

Por outro lado, ainda não está claro por quanto tempo dura a proteção gerada por uma vacina e, além disso, não está descartado que as mutações obriguem a adaptar algumas delas.

Sinopharm

A farmacêutica estatal chinesa Sinopharm revelou que uma das suas vacinas candidatas contra a covid-19 revelou uma eficácia de 79,34%, e que já pediu autorização às autoridades do país asiático para comercializá-la.

Esta foi a primeira vacina, entre as várias chinesas que concluíram a fase 3 de testes, de que é conhecida oficialmente a sua eficácia.

Esta vacina tem sido usada na China, desde julho passado, em grupos de maior risco, como funcionários de saúde ou de programas de prevenção da doença, trabalhadores em portos ou serviços logísticos, ou profissionais colocados em países onde o risco de contágio é considerado alto.

Sputnik V

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Rússia, a Sputnik V, revelou uma eficácia de 91,6% contra as formas sintomáticas da doença, segundo resultados publicados esta terça-feira na revista médica The Lancet e validados por especialistas independentes.

Os primeiros resultados de eficácia verificados corroboram as afirmações iniciais da Rússia, recebidas no outono com desconfiança pela comunidade científica internacional.

Nas últimas semanas começaram a surgir pressões para que a Agência Europeia do Medicamento avaliasse rapidamente o desempenho da Sputnik V, já utilizada na Rússia e em países como a Argentina e a Argélia.

A Sputnik V da Rússia é uma vacina de vetor viral, ou seja, utiliza outros vírus tornados inofensivos para o organismo humano e adaptados para combater a covid-19.

Continue a ler esta notícia