O estudante que planeou atacar a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi esta segunda-feira condenado a dois anos e nove meses de prisão por posse de arma proibida. No entanto, foi absolvido do crime de terrorismo.
João Carreira, de 19 anos, deverá cumprir a pena em regime de internamento psiquiátrico. A leitura do acórdão ocorreu esta segunda-feira no Tribunal Criminal de Lisboa.
A CNN Portugal apurou que o Ministério Público vai recorrer da decisão, depois de, a 18 de novembro, ter pedido uma pena de prisão efetiva não inferior a três anos e meio de prisão. Nas alegações finais do julgamento, a procuradora Ana Pais referiu que, tendo em conta os factos confessados pelo arguido, o estudante deveria ser condenado pelo crime de treino para terrorismo e por detenção de arma proibida.
Segundo o plano desmantelado pela Polícia Judiciária (PJ), a ação terrorista concebida por João Carreira estava marcada para 11 de fevereiro deste ano. Tinha na sua posse facas, uma besta e cocktails molotov, entre outro material perigoso. Após ser detido, o jovem, que sofre de autismo, ficou internado preventivamente no Hospital Prisional de Caxias.
Advogado: "A Justiça cumpriu o seu percurso"
A saída do tribunal, o advogado Jorge Pracana revelou estar satisfeito com o desfecho do julgamento. “Recordo-me de me terem perguntado, em fevereiro, o que eu achava deste caso. Eu disse que iria fazer história e que não era terrorismo. A Justiça cumpriu o seu percurso e subscrevemos a decisão inteiramente”, afirmou o advogado aos jornalistas presentes no Campus de Justiça.
Em relação à condenação por posse de arma probida, Jorge Pracana afirmou que a sentença vai ser "analisada com cuidado". "É evidente que teria de acontecer algo. Era um facto claro que as armas estavam lá e foram apreendidas".