Uma semana depois do submersível Titan ter implodido no fundo do mar com cinco passageiros a bordo, há ainda muitas questões que continuam sem resposta e as autoridades norte-americanas já definiram os próximos passos na investigação do acidente para tentar chegar a uma conclusão.
De acordo com a CNN Internacional, no domingo, a Guarda Costeira dos EUA convocou o Conselho de Investigação Marítima para investigar a implosão, que será responsável por determinar as causas do acidente. Este é "o mais alto nível de investigação conduzido pela Guarda Costeira", afirmou o capitão Jason Neubauer, chefe de investigação da Guarda Costeira dos EUA.
Os investigadores vão agora recolher provas, entre elas destroços do submersível que se encontram a 500 metros dos destroços do Titanic, entrevistas de testemunhas e gravações áudio do navio de apoio ao Titan.
Os destroços serão recolhidos através do Odysseus 6K, um veículo operado remotamente, que foi enviado para o fundo do mar pela quarta vez desde que chegou ao local das buscas.
Depois de recolhidos os destroços, ouvidas as testemunhas e analisados os áudios, o conselho de investigação fará uma audiência pública para recolher depoimentos adicionais de testemunhas.
Enquanto o conselho tenta perceber o que aconteceu, investigadores canadianos estão a bordo do Polar Prince desde sábado para "recolher informações do gravador de dados de viagem do navio (onde está armazenado o áudio da ponte de comando do navio) e de outros sistemas do navio que contenham informações úteis", revelou Kathy Fox, presidente do Conselho de Segurança dos Transportes do Canadá.
O Polar Prince, navio de apoio, transportou o Titan até ao local de mergulho, assim como os tripulantes e as suas famílias, que se mantiveram a bordo até ao momento em que a Guarda Costeira revelou que os destroços tinham sido encontrados, como revelou Christine Dawood, familiar de dois dos passageiros, em entrevista à BBC News.
Por sua vez, a polícia do Canadá está a averiguar se "foram infringidas leis criminais, federais ou provinciais", sabendo-se, no entanto, que "não há suspeita de atividade criminosa".
"Este caso foi extremamente complexo, envolvendo uma resposta coordenada internacional, de várias agências e do setor privado numa região do oceano implacável e de difícil acesso", afirmou no domingo o vice-almirante John Mauger da Guarda Costeira dos EUA.
O que está a acontecer no fundo do Oceano?
A missão de recuperação dos destroços do Titan decorre desde domingo, de acordo com o comunicado da Pelagic Research Services, e conta com o ROV Odysseus 6K no fundo do mar. A missão deverá durar uma semana.
Segundo a Guarda Costeira, o veículo operado remotamente tem estado a recolher informações no fundo do mar para mapear o campo de destroços do submersível, que está a cerca de quatro quilómetros de profundidade, no Atlântico Norte.
Na quinta-feira, cinco grandes pedaços do Titan foram encontrados no fundo do mar. Segundo Paul Hankins, diretor de Operações de Salvamento e Engenharia Oceânica da Marinha dos EUA, cada extremidade do casco de pressão do submersível foi encontrada num local diferente.
Quanto à recuperação dos destroços, não será feita pelo Odysseus 6K, uma vez que os destroços serão muito pesados para serem recolhidos apenas pelo ROV. Segundo a CNN Internacional, esse momento exigirá uma operação em conjunto com a Deep Energy, outra empresa que está a colaborar na missão, e incluirá a utilização de cabos para puxar os detritos.
A investigação - que não tem data para terminar - a todos os parâmetros do incidente irá ajudar o painel a tentar determinar as causas e a dar recomendações "às autoridades competentes para que apliquem sanções civis ou criminais, se necessário", revelou o capitão Jason Neubauer, chefe de investigação da Guarda Costeira dos EUA.