Dois agentes da PSP atualmente colocados na Polícia Municipal de Lisboa foram detidos na madrugada desta quinta-feira num esquema de tráfico de seres humanos com vista à exploração sexual, apurou a CNN Portugal, numa operação da própria Divisão de Investigação Criminal da PSP em articulação com o Ministério Público no DIAP de Lisboa.
Dezenas de mulheres eram colocadas em casas e forçadas a prostituir-se 24 horas por dia, sob ameaças e recurso a violência física - servindo os dois agentes da PSP, que se deslocavam fardados aos locais onde as vítimas eram forçadas a prostituir-se, como forma de intimidação e coação sobre as mesmas para que cumprissem as ordens que recebiam.
Foram feitas buscas nas instalações da Polícia Municipal de Lisboa e em vários locais do país, com a participação de vários magistrados, também com a detenção de uma mulher que se dedicava à exploração de várias vítimas provenientes do Brasil.
Em comunicado, a PSP adianta que foram feitas sete buscas domiciliárias na zona da grande Lisboa e no Algarve e que "tinham como objetivo recolher indícios da prática de diversos crimes relacionados com o tráfico de seres humanos e lenocínio agravado".
"A investigação que decorre há cerca de um ano e meio, identificou uma estrutura que explorava mulheres para a prostituição, submetendo-as a condições degradantes e desumanas, obrigando-as a trabalhar de forma quase permanente, limitando a sua liberdade e autodeterminação. A estrutura investigada e, agora debelada, é composta por uma mulher que geria o negócio e que contava com diversos colaboradores, quer no espaço utilizado para a prostituição, quer como rede de apoio. No âmbito da investigação foram identificados dois polícias, atualmente em funções na Polícia Municipal de Lisboa, que se crê estarem ligados ao negócio da exploração das mulheres para a prostituição", lê-se no comunicado.
Foram detidas três pessoas com idades entre os 40 e 45 anos e constituídas arguidas outras duas.