Equipas de emergência turcas conseguiram resgatar esta madrugada uma mãe síria e a filha de dois anos, 44 horas depois de terem sido soterradas sob os escombros de um prédio destruído no sul da Turquia.
Segundo a agência de notícias estatal turca, Anatólia, equipas de busca e salvamento ouviram gritos de socorro no que restava de um dos muitos edifícios destruídos na cidade de Kahramanmaras, perto da fronteira com a Síria.
Depois de remover meticulosamente os escombros, as equipas alcançaram Imed Sabha, uma mãe síria de 33 anos, e a filha, Vafe, que foram levadas para uma ambulância de maca e depois transferidas para um hospital próximo.
Horas antes, num outro distrito de Kahramanmaras, bombeiros vindos da cidade turca de Kayseri tinham retirado com vida Emin, uma criança de seis anos, dos escombros de um edifício.
O número de mortos nos fortes sismos que atingiram na segunda-feira o sudeste da Turquia e a vizinha Síria aumentou para mais de 8.700 de acordo com o mais recente balanço provisório divulgado pelas autoridades.
A Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências turca indicou que cerca de 60.200 membros das equipas de busca e salvamento, incluindo especialistas estrangeiros e de organizações não-governamentais, estão a trabalhar em missões de buscas e salvamento e remoção de escombros, no âmbito de um dispositivo que conta com mais de 100 aviões e helicópteros destacados.
As primeiras equipas de resgate estrangeiras chegaram na terça-feira. A União Europeia (UE) mobilizou 1.185 equipas de resgate e 79 cães de busca para a Turquia de 19 Estados-membros, incluindo França, Alemanha e Grécia.
Também na terça-feira, o Governo da Venezuela enviou para a Turquia e a Síria 50 “especialistas técnicos, médicos, especialistas em atendimento a desastres, identificação e busca de pessoas”, disse o ministro do Interior, Remigio Ceballos.
O mau tempo está a dificultar as operações de resgate e torna ainda mais difícil a situação de alguns dos sobreviventes, que sofrem com o frio e têm de recorrer a lareiras improvisadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que 23 milhões de pessoas estão “potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis", depois de já ter referido que teme “balanços oito vezes maiores que os números iniciais”.
O sismo causou também o desabamento de um total de 5.775 edifícios, segundo as autoridades.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já na segunda-feira tinha declarado três meses de estado de emergência nas dez províncias afetadas, sublinhando que estes terramotos representam o maior desastre natural sofrido no país desde o sismo de 1939 em Erzincan, no leste da Turquia, que fez mais de 32.000 mortos.