Paulo Fonseca: «As imagens de Kiev deixam-me bastante transtornado» - TVI

Paulo Fonseca: «As imagens de Kiev deixam-me bastante transtornado»

Treinador português recordou dificuldades para sair da Ucrânia, mas já prometeu à mulher que voltam assim que possível

Convidado do Jornal das 8 da TVI, Paulo Fonseca reencontrou o Pedro Mourinho, com quem tinha estado em Kiev, poucas horas antes do início dos bombardeamentos russos à capital ucraniana.

O jornalista foi, de resto, a segunda pessoa à qual o treinador português telefonou quando a guerra começou.

«Foste a segunda pessoa a quem liguei. A primeira foi a minha mãe, que estava em Portugal. Não conseguimos viajar antes, e quando eu liguei ela pensava que eu estava a caminho do aeroporto, pois tinha viagem para as 10 da manhã. Quando lhe dei a notícia ficou transtornada, em pânico», recordou.

Paulo Fonseca tentou depois deixar a Ucrânia numa carrinha alugada, na companhia de alguns familiares, mas milhares de pessoas procuraram fazer o mesmo, e a missão tornou-se difícil. O treinador encontrou então refúgio no Shakhtar Donetsk, equipa que orientou, após um contacto do diretor desportivo.

Algumas horas depois, com a ajuda da embaixada de Portugal, e também da Federação Portuguesa de Futebol, o técnico conseguiu sair de Kiev e da Ucrânia.

A embaixada informou que ia sair um minibus. A minha mulher teve muito receio de sair de Kiev, pois dizia-se que os russos iam invadir a capital em dois dias, pelo que o mais aconselhável era ficarmos no hotel. Confesso que insisti com a minha família para sairmos, e acabámos por ir até à fronteira. Tivemos a ajuda do presidente da FPF, que entrou em contacto com o presidente da federação ucraniana, que nos arranjou a pessoa que nos transportou até à fronteira», explicou.

Agora em Portugal, o treinador português tem falado diariamente com os familiares e amigos que ainda estão na Ucrânia, e tem procurado também, juntamente com a esposa, contribuir para missões de solidariedade.

«Tenho lá casa e tenho amigos, e as imagens que surgem de Kiev deixam-me bastante transtornado e triste. É difícil reconhecer aquela cidade como eu a conheci sempre: muito tranquila, muito alegrem sempre movimentada. Olho para a cidade de uma perspetiva diferente, totalmente irreconhecível», afirmou.

Em contacto com Pedro Moreira, o correspondente da TVI e da CNN Portugal em Kiev, Paulo Fonseca teve a oportunidade também de perguntar como está a situação na capital ucraniana, à qual pretende voltar assim que possível.

«Tenho uma forte esperança que, mais tarde ou mais cedo, a guerra acabe. A minha vontade é clara: pretendo regressar a Kiev, já fiz essa promessa à minha melhor, que regressaremos assim que tivermos oportunidade», garantiu.

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