Partilha de recursos e encerramentos alternados. Plano para o SNS quer "evitar fecho em absoluto de blocos de parto" em Lisboa - TVI

Partilha de recursos e encerramentos alternados. Plano para o SNS quer "evitar fecho em absoluto de blocos de parto" em Lisboa

Os hospitais de Santa Maria, São Francisco Xavier, Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Vila Franca de Xira e Beatriz Ângelo (Loures) vão partilhar especialistas e encerrar ao fim de semana à vez e de forma alternada

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Além de ter divulgado a lista de urgências de ginecologia e obstetrícia que vão estar abertas ou fechadas no Natal, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) revelou o plano que vai ser aplicado nos primeiros três meses do próximo ano, a começar já no dia 6 de janeiro. Na verdade, a essência desse plano já vai ser aplicada nos fins de semana no Natal e Ano Novo e já foi outrora aplicada em Lisboa. 

O objetivo é partilhar recursos, funcionar em articulação e "evitar o fecho em absoluto de blocos de parto de instituições relevantes na prestação de cuidados de saúde". Por isso, os hospitais da Grande Lisboa - Santa Maria, São Francisco Xavier, Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Vila Franca de Xira e Beatriz Ângelo (Loures) - vão partilhar especialistas e encerrar ao fim de semana à vez e de forma alternada, exceto a Maternidade Alfredo da Costa, garantiu o diretor-executivo do SNS à TSF

Os serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central mantêm-se sempre a funcionar de forma normal e ininterrupta. Durante os fins de semana, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental alterna o acesso com o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra). 

"Nesse sentido, no fim de semana em que funciona de forma regular o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E., o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, funcionará no nível 1 do Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos, entre as 8h e as 20h de sexta-feira e no nível 3 das 20h de sexta-feira até às 08h de segunda-feira."

No fim de semana seguinte, o sentido inverte-se. O Hospital Amadora-Sintra mantém o funcionamento de forma regular e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental funcionará no nível 1 do Plano de Contingência entre as 08:00 e as 20:00 de sexta-feira e no nível 3 das 20:00 de sexta-feira até às 08:00 de segunda-feira.

Quando uma destas duas instituições estiver em nível de contingência, as as grávidas e recém-nascidos devem ser orientados para os outros hospitais da rede - Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central - "em função da disponibilidade existente e da diferenciação necessária". 

Numa entrevista à TSF esta quinta-feira, o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, disse que olha para este plano a longo prazo porque, a correr bem, vai manter-se durante o resto do ano. "É um programa que vai ser avaliado de uma forma muito próxima pela direção executiva, para percebermos os resultados e, a partir daí, tentarmos delinear o que vai acontecer durante 2023 e até no futuro. O que nós não queremos é que aconteça um verão semelhante ao deste ano". 

Fernando Araújo (DR)

Durante os fins de semana, o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo vai alternar o acesso com o Hospital de Vila Franca de Xira. A lógica é a mesma: enquanto o hospital de Loures funciona de forma regular, Vila Franca de Xira funcionará no nível 1 do Plano de Contingência entre as 08:00 e as 20:00 de sexta-feira e no nível 3 das 20:00 de sexta-feira até às 08:00 de segunda-feira. No fim de semana seguinte, os papéis invertem-se. 

A Direção Executiva do SNS refere ainda que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) "deve estar em regime de prontidão, com uma atenção especial aos locais que estejam em nível de contingência, disponibilizando os meios de emergência médica pré-hospitalar que possibilitem apoio de emergência e/ou encaminhamento de forma segura e adequada". Por outro lado, deve ainda "desenvolver, de forma urgente, um sistema de partilha de informação no que concerne à disponibilização de vagas nos Serviços/Unidades de Neonatologia, em articulação com o Transporte Inter-hospitalar Pediátrico, para garantir respostas consistentes nos cuidados aos recém-nascidos". 

(Nota: No nível 1, não são admitidas novas parturientes, estando por isso o bloco de partos encerrado para o exterior, mas mantém apoio a parturientes já internadas, cesarianas eletivas e induções do trabalho de parto, bem como episódios de urgência de ginecologia; No nível 3, o bloco de partos e o serviço de urgência de ginecologia/obstetrícia estão encerrados, apenas se mantendo o apoio aos internamentos e apoio de emergência ao serviço de urgência geral. Nestes casos, tal como definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos, será apenas necessária a presença física de um médico especialista em ginecologia/obstetrícia, garantida a disponibilidade em presença física de um especialista de cirurgia para situações de emergência.)

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