Há mais um escândalo de encobrimento de abusos sexuais na Igreja Católica. O presidente da Conferência Episcopal é novamente suspeito de ter encoberto o padre Abel Maia, quando este era o principal responsável do antigo seminário dos Dehonianos dos Montes Claros, em Coimbra.
Trata-se do terceiro caso de encobrimento que o Exclusivo deteta em relação ao bispo José Ornelas, mas é o único que nunca foi entregue à justiça nem à comissão independente.
Abel Maia continua no ativo.
Após a denúncia feita pelo Exclusivo à Igreja Católica, o arcebispo de Braga não lhe aplicou qualquer sanção e assegurou que ele não faz parte da lista dos padres suspeitos de abusos a menores.
Ao Exclusivo, Abel Maia não negou os abusos, e disse apenas que tudo o que fez ou deixou de fazer "está nas mãos dos bispos".
Na sequência da reportagem emitida pela TVI, a Conferência Episcopal Portuguesa emitiu um comunicado onde garante que José Ornelas “não pode ter estado presente em Coimbra, porque se encontrava a preparar o seu doutoramento em Roma e na Alemanha” em meados da década de 90.
Ora, em nada, este argumento contradiz o que foi apresentado na reportagem, porque a TVI sabe que Dom José Ornelas vinha frequentemente a Portugal e nesses anos já fazia parte da Província dos Dehonianos, mesmo antes de ser superior provincial. Além disso, a Conferência Episcopal não nega que Abel Maia tenha sido retirado de Coimbra como consequência das alegações que foram feitas a José Ornelas por um dos seminaristas.