Paulo Portas considera que as negociações do Orçamento do Estado para 2025 não estão a correr pelo melhor. Contudo, não antecipa que a votação vá atirar o país para eleições antecipadas
“Entre o princípio do verão e o ponto onde estamos, a coisa azedou um pouco”, descreve. O comentador lamenta que se estejam a dizer muitas coisas “quase definitivas” sobre um documento que “ninguém conhece”.
“Não me parece que ninguém tenha qualquer interesse particular em eleições, porque o risco de ficar a mesma situação política é grande”, vinca.
Ainda assim, deixa explica como os dois principais partidos da oposição podem cometer um “erro” que atira o país para eleições, por confiarem demasiado que será o outro a garantir essa viabilização.
Um debate muito esperado
No regresso do espaço de comentário “Global”, Paulo Portas antecipa o primeiro debate entre Kamala Harris e Trump, que estão “absolutamente taco a taco”. “Kamala Harris conseguiu baralhar o adversário”, diz o comentador, lembrando a postura “defensiva” da candidata democrata.
Paulo Portas antecipa que, como “Trump está atrás”, “vai contra-atacar”, num ataque de índole “pessoal”. Neste comentário, Portas faz o ponto de situação nos estados mais decisivos.
Um balanço da guerra na Ucrânia
Partindo para a guerra na Ucrânia, Paulo Portas considera que o verão “correu melhor para o lado ucraniano do que para o lado russo”, com a “surpresa” do lado de Kiev com a incursão em Kursk. Contudo, reconhece que o objetivo ucraniano de deslocar o inimigo russo de Donetsk “só foi conseguido em parte”.
“A Rússia não foi capaz de contrariar a invasão do seu território. E já lá vão 30 dias”, vinca o comentador, lembrando a importância das eleições americanas para o desenrolar deste conflito.
Passagem por França e Alemanha
Neste “Global”, Paulo Portas analisa também a detenção do presidente executivo do Telegram, vincando a existência de “crimes”, como tráfico de crianças, nesta plataforma digital.
Há ainda tempo para classificar a escolha de Michel Barnier como o próximo primeiro-ministro de França: “é um negociador exímio, não é uma pessoa carismática, mas é uma pessoa com resultados”. Portas lembra o papel deste político na negociação do Brexit. Mas não antecipa uma governação longa.
Já sobre as eleições em dois estados na Alemanha, Paulo Portas avisa que “o diabo está lá”. “Objetivamente são dois países. Dá vontade de dizer: se não gostaram da reunificação, se o que gostam é de sistemas totalitários, e ou votam nos comunistas ou votam nos nazis, então recriem a RDA e continuem pobres”, argumenta.