É com espanto que os moradores da Ajuda, em Lisboa, vizinhos do Hospital Militar de Belém, vêem o passado e o presente dos dois edifícios que compõem o Hospital Militar de Belém envolvido numa investigação judicial por suspeitas de corrupção nas obras feitas em 2020.
Depois das obras que derraparam de 750 mil euros para 3,2 milhões, o edifício que foi renovado por dentro acolheu algumas centenas de doentes com covid-19 e mais tarde um grupo de refugiados do Afeganistão, mas desde setembro que voltou a estar vazio e fechado, um cenário que não é novo e que já tinha acontecido entre 2013 e 2020.
Ainda mais longo é o abandono do edifício mais antigo do Hospital Militar de Belém que corresponde ao velho Convento da Boa Hora, devoluto há duas décadas e que já esteve para ser adaptado para um centro de cuidados continuados.
A população da Ajuda está indignada e cerca de 2.500 pessoas assinaram uma petição a exigir que este segundo edifício seja transformado num espaço de apoio aos muitos idosos de uma freguesia com graves carências sociais, apesar da existência destes dois enormes edifícios do Estado deixados ao abandono.
O Ministério da Defesa recusa que se façam filmagens dentro do Hospital Militar de Belém, nomeadamente na zona alvo de obras, mas o exterior revela uma degradação evidente.