"Temos aqui uma crise na ilha de S. Jorge que não é normal, é mais frequente em S. Miguel", diz o especialista em sismologia Nuno Dias. É preciso recuar a 1964 para encontrar uma situação semelhante, acrescenta o também professor do ISEL.
Essa erupção teve contornos semelhantes aos atuais: começou em fevereiro e terminou com uma erupção vulcânica semanas depois no mar, a cerca de 10 quilómetros a ocidente das Velas.
Neste momento, diz o especialista, "a maioria da sismicidade é profunda". "Não há ainda indícios de sismo ou erupção vulcânica", mas, acrescenta, "em La Palma começámos por ter uma atividade sísmica bastante intensa e mais ou menos localizada e depois tivémos uma erupção
O que esperar no futuro? "Podemos observar uma situação em que temos esta atividade sem incremento significativo ou pode acontecer um sismo de maior magnitude. Estamos a falar de qualquer coisa como 4 ou 4 e tal que, em terra, já pode provocar estragos. E/ou uma erupção vulcânica".
Desde a colonização dos Açores há registos de duas erupções nesta zona, no século XVI e no século XIX. "Houve vários sismos sentidos antecedendo a erupção, portanto todas as hipóteses estão em aberto".
Por precaução, adiantou o especialista no programa "Esta Manhã", "os doentes das Velas estão a ser transferidos para a Calheta ou outras ilhas".