De Coimbrões, em Vila Nova de Gaia, chega mais uma história de violência no futebol português. Desta vez, entre membros da claque, que invadiram o relvado, e elementos da equipa técnica do clube, ao final da tarde de segunda-feira, após o treino da equipa principal no Parque Silva Matos, num incidente presenciado por pais e jovens jogadores da formação.
Os adeptos invadiram o recinto pedindo explicações pelo momento menos positivo, a nível de resultados. No último domingo, perderam com o Beira-Mar, no Campeonato de Portugal, por 3-1. Após uma troca de palavras, os intervenientes partiram para as agressões.
O jornal Gaiense partilhou um vídeo com as agressões. Num momento inicial do vídeo, é possível ver que um dos envolvidos é Kaby Djaló, antigo futebolista que passou por Chelsea ou Boavista, e que agora é técnico adjunto do Coimbrões.
«Não estava presente mas o que me contaram, e o que se viu no vídeo, é que um grupo de pessoas entrou no relvado e entrou por vias que não deviam ter entrado, com agressividade. O objetivo deles era o treinador, mas o Kaby não os deixou entrar e viraram-se para ele. Os outros defenderam-no», explica André Moreira, presidente cessante do clube, em declarações ao Maisfutebol.
«É um espelho da sociedade de hoje em dia», lamenta o dirigente, que não quer perceber as razões por trás deste ataque «porque elas não existem». «Quando as pessoas têm este tipo de atitudes não há razão que lhes valha. Se houve quem tenha responsabilidades indiretas nisto, já não me compete averiguar. Mas isto não é de agora e foi o culminar», afirma Moreira.
A direção apresentou a demissão, com efeitos imediatos, sendo que será convocada uma assembleia geral extraordinária, nos próximos dias. «Entendo que não tenho condições para continuar e não nos revemos neste tipo de situações, não somos um clube que possa treinar à porta fechada ou que tenha outro tipo de infraestruturas e recursos financeiros», justifica.
E não se recandidata. Há cerca de um ano, aconteceu uma situação semelhante e a direção demitiu-se. Acabou por ser reeleita, mas isso não vai acontecer de novo.
«É o fim de ciclo, que apareçam outras pessoas capazes de nos substituir. O que mais se fala é a subida de divisão e ganhar a Taça da AF Porto, mas antes disso também nos apurámos para a subida de divisão. Há um melhoramento intenso das infraestruturas do clube e um pagamento de 50% da dívida que herdámos. Todo este trabalho deixa toda a direção orgulhosa», garante André Moreira.