Japão e Coreia do Sul "profundamente preocupados" com possível acordo de armamento entre Putin e Kim - TVI

Japão e Coreia do Sul "profundamente preocupados" com possível acordo de armamento entre Putin e Kim

  • Agência Lusa
  • SM
  • 14 set 2023, 08:45
Kim Jong-un e Vladimir Putin

"Apelamos mais uma vez à Coreia do Norte e à Rússia para que abandonem os atos ilegais e imprudentes", disse o ministro da Unificação da Coreia do Sul em conferência de imprensa.

O Japão e a Coreia do Sul expressaram hoje preocupação com um possível acordo de armamento entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que protagonizaram quarta-feira um raro encontro diplomático.

O Japão alertou para o risco de violação das sanções da ONU sobre o armamento da Coreia do Norte.

"Observamos [as conversações entre Moscovo e Pyongyang] com preocupação", referiu a nova ministra dos Negócios Estrangeiros nipónica, Yoko Kamikawa.

Existe "a possibilidade de isto levar a uma violação da proibição do Conselho de Segurança das Nações Unidas de transações relacionadas com armamento com a Coreia do Norte", notou.

Representantes do Governo sul-coreano também expressaram profunda preocupação com um potencial acordo de troca de armas e cooperação militar entre Pyongyang e Moscovo.

"Estamos a ver que as relações entre a Rússia e a Coreia do Norte estão a estreitar-se. As notícias sobre uma possível cooperação militar entre os dois países são preocupantes", afirmou o primeiro-ministro, Han Duck-soo, durante um fórum em Krynica, na Polónia, segundo a agência de notícias Yonhap.

Han acrescentou que o desenvolvimento de mísseis pela Coreia do Norte representa uma ameaça não só para a Ásia Oriental, mas também para a Europa, uma vez que os mísseis de Pyongyang têm capacidade para atingir todo o continente.

"Precisamos de saber mais sobre os resultados pormenorizados da cimeira Kim-Putin, mas estamos profundamente preocupados com a cooperação militar e as transações de armas entre as duas nações", disse, em conferência de imprensa, Kim Yung-ho, ministro da Unificação da Coreia do Sul, o ministério responsável pelas relações com o Norte.

"Apelamos mais uma vez à Coreia do Norte e à Rússia para que abandonem os atos ilegais e imprudentes, que apenas agudizam o seu isolamento, e respeitem as normas internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Entretanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, aceitou o convite do líder norte-coreano, Kim Jong-un, para visitar a Coreia do Norte, adiantou hoje a agência oficial de notícias de Pyongyang.

No final de um encontro entre os dois governantes, na quarta-feira, na Rússia, “Kim Jong-un convidou Putin a visitar a RPDC [República Popular Democrática da Coreia] quando lhe for conveniente”, frisou a KCNA, utilizando o nome oficial da Coreia do Norte.

"Putin aceitou amigavelmente o convite e reafirmou o desejo inabalável de continuar a promover a história e a tradição da amizade Rússia-RPDC", acrescentou a mesma fonte.

Kim Jong-un reuniu-se com Vladimir Putin durante uma visita excecional à Rússia destinada a reforçar as relações bilaterais, em particular as militares.

Putin declarou ver “perspetivas” de cooperação militar com a Coreia do Norte, apesar das sanções internacionais impostas a Pyongyang por causa dos programas nucleares e da produção de novos mísseis.

Já Kim Jong-un manifestou-se convencido da vitória do exército e do povo da “Grande Rússia” na Ucrânia, durante um almoço que lhe foi oferecido por Putin.

Os Estados Unidos advertiram esta quarta-feira a Coreia do Norte de que nenhum país deve ajudar o Presidente russo a “matar inocentes ucranianos”, sublinhando que Pyongyang terá de enfrentar as consequências se o fizer.

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