Putin diz que intervenção das forças de segurança "evitou guerra civil" na Rússia - TVI

Putin diz que intervenção das forças de segurança "evitou guerra civil" na Rússia

Presidente russo lembrou os mortos provocados pela rebelião do Grupo Wagner e garantiu que o povo esteve todo unido

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A intervenção das forças de segurança da Rússia “evitou uma guerra civil”. Quem o diz é o próprio presidente russo, Vladimir Putin, que falou para cerca de 2.500 membros do exército, da Guarda Nacional ou do Serviço Federal de Segurança, a quem agradeceu por terem atuado perante a rebelião iniciada pelo Grupo Wagner. Um discurso com grandes honras militares e vários símbolos a representar a Pátria.

A ouvir estava o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que era o principal alvo do motim liderado por Yevgeny Prigozhin, e que, no entender de Putin, deixou a Rússia à beira de um confronto armado entre fações.

“Vocês defenderam a constituição, as vidas e a liberdade dos nossos cidadãos. Salvaram a Pátria de ser abalada… virtualmente pararam uma guerra civil”, disse o presidente russo, pedindo um minuto de silêncio pelos militares que morreram a tentar evitar o avanço da coluna com cerca de 400 veículos.

"Um conjunto dos nossos camaradas morreram neste processo. Cumpriram as ordens e o dever militar com honra", sublinhou, destacando que não existiram mortes de civis.

Um fim de semana caótico para Moscovo, que agora tenta sair do tumulto com um sinal de união em torno do presidente. “Vimos que o exército, a sociedade e o povo eram um só. Isto permitiu que ultrapassássemos uma situação extremamente perigosa”, acrescentou, dizendo que uma "resposta rápida e eficaz" tornou possível evitar mais consequências.

Este foi o terceiro discurso de Putin desde a rebelião do Grupo Wagner, a quem acusou de "facada nas costas" e de tentar "enfraquecer" o país. Minutos mais tarde o presidente russo ainda falou outra vez, desta vez numa reunião com os militares, mas que foi transmitida pelas agências russas.

Putin garantiu aos responsáveis que o Grupo Wagner era inteiramente suportado pelo Estado russo durante as operações na Ucrânia. Desta vez já dentro do Kremlin, o chefe de Estado russo disse que os mercenários liderados por Prigozhin receberam 86 mil milhões de rublos (cerca de 900 milhões de euros) de Moscovo entre maio de 2022 e maio de 2023.

Putin foi mais longe, acusando Prigozhin de ter ganhado “milhares de milhões de rublos” com o Estado russo. O presidente da Rússia anunciou ainda que vai ser aberta uma investigação para se tentar perceber ao certo quanto dinheiro foi pago ao Grupo Wagner e ao seu líder.

Sobre a operação em concreto, e apesar de o Grupo Wagner ter chegado a pouco mais de 200 quilómetros de Moscovo, Putin destacou que não foi necessário chamar as forças que estavam a combater na Ucrânia.

E, segundo os responsáveis pelas operações, mesmo que o Grupo Wagner quisesse avançar até à capital, não teria conseguido. O chefe da Guarda Nacional da Rússia, Vitkor Zolotov, garantiu que os seus homens estavam prontos para defender Moscovo, caso fosse necessário.

"Talvez até chegassem à cidade, mas não a conseguiriam tomar", reiterou.

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