O presidente russo Vladimir Putin vai visitar a China, informou a Bloomberg, naquela que será a primeira viagem do líder do Kremlin após a emissão do mandado de detenção internacional por parte do Tribunal Penal Internacional (TPI).
De acordo com a publicação norte-americana, que cita fontes anónimas, Putin aceitou o convite de Xi Jinping para participar no Belt and Road Forum (Fórum Iniciativa Cintura e Rota, em português) em outubro.
Questionado sobre esta matéria, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a programação para o encontro está a ser coordenada.
"O calendário dos contactos bilaterais russo-chineses a vários níveis, incluindo ao mais alto nível, está a ser coordenado. Iremos informar-vos sobre eventos específicos e datas em tempo oportuno", disse Peskov, citado pela Reuters.
O líder russo tem rejeitado convites para se deslocar ao estrangeiro. Recentemente, Vladimir Putin falhou a deslocação à 15.ª Cimeira dos BRICS, que decorreu na África do Sul, país que é estado-parte do TPI e que, por isso, teria a obrigação de deter o presidente russo caso viajasse para lá.
Putin também rejeitou o convite do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para participar na 18.ª Reunião do G20, que vai decorrer em Nova Deli de 9 a 10 de setembro. O anunciado encontro com Recep Tayyip Erdogan na Turquia mudou de localização, com o presidente turco a ter de se deslocar à cidade-resort de Sochi, no Mar Negro, para se reunir com Putin. Contudo, nem a Índia nem a Turquia fazem parte do TPI.
Segundo as fontes da Bloomberg, Putin apenas aceitou o convite da China pois é um dos países em que os serviços secretos russos podem assegurar totalmente a sua segurança.
Esta será a primeira visita de Putin à China desde fevereiro de 2022, pouco antes de Moscovo ter lançado a sua invasão à Ucrânia. Nesse encontro, Xi e Putin proclamaram uma “amizade sem limites” entre China e Rússia.