O presidente dos Estados Unidos disse esta terça-feira que o homólogo chinês, Xi Jinping, pertence à categoria dos ditadores, numa receção na Califórnia com doadores do Partido Democrata e na presença de jornalistas.
Referindo-se a um episódio recente em que os Estados Unidos destruíram um balão chinês que alegavam estar a espiar território norte-americano, Joe Biden disse que "a razão pela qual [o presidente chinês] ficou tão chateado" quando foi abatido "aquele balão cheio de equipamento de espionagem é porque não sabia que [o dispositivo] estava lá".
"É muito embaraçoso para os ditadores quando não sabem o que aconteceu. Quando [o balão] foi abatido ficou muito embaraçado e até negou que [o aparelho] estivesse lá", afirmou.
"E já agora, prometo-vos, não se preocupem com a China (...). A China tem problemas económicos reais", disse o democrata de 80 anos, que está em campanha para a reeleição.
Ainda a propósito de Xi Jinping, Joe Biden afirmou: "Estamos num momento em que ele quer restabelecer uma relação".
Recordando que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, tinha acabado de regressar da China, o presidente norte-americano considerou que o secretário de Estado tinha feito um "bom trabalho", mas explicou que "vai levar tempo" para resolver a relação muito tensa entre as duas grandes potências.
A rivalidade entre a China e os Estados Unidos transformou-se numa crise diplomática com este episódio do balão, em fevereiro.
Não é a primeira vez que Joe Biden faz declarações marcantes em receções de angariação de fundos, eventos de pequena dimensão em que as câmaras, os microfones e as câmaras fotográficas estão excluídos, mas durante as quais os jornalistas presentes podem, no entanto, ouvir as observações introdutórias do Presidente e transcrevê-las.
Foi num evento deste tipo, em outubro de 2022, por exemplo, que Joe Biden falou do risco de um "apocalipse" nuclear desencadeado pela Rússia.
A resposta da China
A China já respondeu às declarações de Joe Biden, considerando-as "extremamente ridículas e irresponsáveis". Citada pela AFP, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Mao Ning, afirmou que os comentários do presidente norte-americano "violam seriamente os protocolos diplomáticos e a dignidade política da China".
"São uma provocação política aberta", acusou a representante do governo chinês.