Albino (Bino) Jesus
Pedro Alves
Na casa dos 50 anos, é o figurão da aldeia.
Presidente da Junta. Presidente da Comissão de Festas. Presidente da Casa do Povo. Presidente do Clube de Hóquei em Patins. E coveiro. É um pato-bravo sem grandes ambições, para além da ambição de ser rico. Mas as únicas maneiras de o conseguir são: herdando a herança de Corcovada, a quem não poupa esforços para agradar; as trafulhices na Junta; e os bens que vai roubando aos defuntos, ao abrigo da função de
coveiro.
Albino não é um natural da terra. Foi para lá viver quando casou com Florinda, depois de terminar o serviço militar. Desse casamento nasceu o seu filho Carlos, que em quase nada sai ao pai, para sua grande arrelia.
Homem de poucos estudos, trabalha desde sempre na aldeia como coveiro. A essa função aliou uns anos mais tarde o cargo de “faz-tudo” na Junta de Freguesia e é através dessa faceta que vai ganhando a proximidade/popularidade com o povo, que mal ou bem precisa dele.
Com a morte do ex-presidente da Junta, Albino tem a epifania de se candidatar à Junta e, fazendo uso de toda a sua personalidade trafulha e pouco honesta, promete mundos e fundos a toda a gente, longe de algum dia poder cumprir tais promessas. Mas a estratégia funcionou e Albino ganhou as eleições. E, com isso, vieram os problemas...
Mas nem tudo é mau em Albino. Apesar de todas as falhas de carácter, tem uma grande virtude: é absolutamente fiel à esposa. Mas com muita dificuldade, já que Florinda é uma mulher assexuada e, também, porque a sua jovem e sexy secretária na Junta é vidrada por ele e não desiste das investidas. Mas Albino vai-se mantendo firme. Enquanto vai conseguindo...