Matilde Macedo
Helena Isabel
Da antiga e grande herança da sua família, Matilde só mantém os nomes chiques que gosta de exibir, tendo até acrescentado um “de” entre o seu “Lopes” e o “Macedo” do marido para lhe dar uma sonoridade mais consentânea com a pessoa que julga ser. Casou-se com um homem com sem “sangue azul”, mas com muito, muito mais dinheiro do que ela, Fernando e, se nunca o amou, amava as excelentes condições de vida e o estatuto que o seu dinheiro lhe propiciava. Matilde gosta bastante do seu único filho, Gonçalo, mas não suporta tê-lo “perdido” para uma mulher que, no seu entender, é uma inútil, sonsa e cretina. Matilde nunca acreditou na sua verdadeira ingenuidade. Além do mais, incomoda-a que, ao contrário de si, Raquel nunca tenha tido qualquer tipo de preocupação financeira ou outra, como ela própria chegou a ter. Matilde fez o possível e o impossível para que Gonçalo ficasse a viver com ela já depois do casamento, mas ele não lhe fez a vontade por saber que Matilde lhe destruiria a sua relação em dois tempos. Para melhor controlar a vida de toda a gente, e a da empresa, Matilde divide a sua atenção e o seu “carinho” – se é assim que lhe podemos chamar – entre Gonçalo e o sobrinho André, filho do irmão do marido que, com uma pequena quota, integra a direção da empresa, mas inveja tudo o que Gonçalo tem. Talvez a falta de escrúpulos tenha sido aquilo que mais aproximou Matilde do sobrinho. Os dois partilham essa prática e os dois, cada um à sua maneira, invejam profundamente a felicidade de Raquel com Gonçalo.