O que é feito de Carla Vasconcelos, a icónica Papoila de 'Morangos com Açúcar?' A atriz revela tudo!

  • Mariana Filipe
  • Francisca Pinheiro
  • 6 fev, 08:30
O que é feito de Carla Vasconcelos, a icónica Papoila de 'Morangos com Açúcar?' A atriz revela tudo! - TVI

A equipa do Digital da TVI Novelas falou com a atriz e esclareceu tudo

Lembra-se de Carla Vasconcelos? A atriz que deu vida à icónica Papoila em «Morangos com Açúcar 7». O que é feito da atriz? Curiosos com a resposta a esta pergunta, a equipa do Digital da TVI Novelas falou com a atriz e esclareceu todas as dúvidas.

Carla Vasconcelos contou-nos o que anda a fazer, nos dias de hoje: "Agora tenho um projeto em mão e vamos começar os ensaios, em princípio para o teatro Eunice Muñoz, em Oeiras, com o Celso Cleto, com quem trabalhei, estive a fazer com ele um espetáculo, já depois do "Amar Demais". Estou numa fase de preparação, porque estreei, o ano passado com a Luísa Cruz e Júlio Isidro, o espetáculo "O Amor é um Som", onde escrevi, encenei e entrei como atriz. Eram 14 pessoas em palco com orquestra foi muito interessante, foi uma coisa muito bonita de se fazer. E, depois repusemos no verão de 2023, no Casino Lisboa e, entretanto, já estou a preparar o próximo".

No entretanto, a atriz esteve a "fazer teatro, estive a fazer um filme nas Canárias, a dar aulas de teatro, nas escolas secundárias e básicas aos meninos pequeninos, que é um outro ritmo e um desafio, porque estamos a falar de meninos que entram para o 1º ano com 5 anos, que é completamente diferente de dar aos adolescentes. Uns estão só para melhorem competências como falar em público, como ajudar em termos de trabalho ou melhoria de fala e depois temos aqueles que querem um dia ser atores. E esse trabalho é muito gratificante. Estive a trabalhar com os 'Truta&meia', a dar um Workshop a miúdos e graúdos, entre os 15 e os 30 anos". 

Estive a trabalhar com os 'Músicos do Tejo' a fazer uma ópera como atriz, dessa ópera vai sair um filme que vamos começar a gravar em julho de 2024, portanto, tenho os meus projetos para além das aulas.

Confessa ainda, que esteve, também, a fazer um Workshop "muito giro com o Marco Horácio onde tivemos alunos com Paralisia cerebral, é um trabalho incrível fazer teatro com eles. Eu gosto particularmente destes desafios. A atriz mostrou-se surpreendida, pois "nós achamos que têm dificuldades (as pessoas com paralisia cerebral) e, depois são absolutamente surpreendentes.

Carla Vasconcelos formou-se em Teatro e confessa ser uma pessoa muito interessada e estudiosa: "Toda a minha formação académica foi teatro, mais do que televisão. Sempre estudei muito, sempre me atualizei muito. Acho que um ator não pode parar, esta coisa de acharmos que fazemos o Conservatório e que estamos prontos para a vida não é verdade. Há muita coisa para fazer, há muita coisa para explorar, e, portanto, eu estudei muito. Até a Matilde nascer eu tirava tempo sempre para ir estudar. A atriz confessa que começou a fazer televisão "já muito tarde" e reforça: "a minha geração começou a fazer televisão, já quase aos 30 anos".

Nesta conversa, recordamos a icónica Papoila, que marcou várias gerações: "A papoila foi um presente. Inicialmente, era uma coisa pequenina, era uma coisa para ir gravar de 15 em 15 dias, meia dúzia de sessões, era elenco fixo, mas não era uma coisa muito trabalhosa. E, entretanto, soube que o Bruno (Bruno Simões, que deu vida a Jorge, nas mesmas temporadas, 7 e 8) ia fazer de namorado da Papoila , fartámo-nos de rir. Já nos conhecíamos há vinte anos, tínhamos muita estrada os dois. Saí do conservatório para ir trabalhar com o Bruno.

"E, de repente, a 'Papoila' foi uma personagem que começou a crescer e demos por nós a gravar seis dias por semana, que nem uns loucos, de manhã à noite. Foi muito bom. Era uma personagem simpática e era uma personagem com que a miudagem se identificava muito. É aquele adulto que todos os miúdos precisam de ter, aquele adulto de confiança, que não é o pai nem a mãe. Que está ali para o que der e vier. A quem não há o medo de contar os segredos todos. No fundo, todos os adolescentes querem ter uma pessoa assim ao pé deles". 

A equipa do digital das novelas, perguntou: "Se te convidassem voltarias?". À qual, a atriz respondeu: "Fazem-me tantas vezes essa pergunta e eu não sei o que responder... porque por um lado seria muito interessante ver o que é que acontece a esta personagem depois de não ter o Jorge, porque aquele casal tinha uma dinâmica muito específica, havia muita cumplicidade. Mas, por outro lado, não sei se hoje em dia conseguíamos ter uma 'Papoila' sem o 'Jorge'. Não sei como é que me vejo sem o Bruno,  mas seria um desafio".

Carla Vasconcelos falou do mercado português, nas novelas, e de como os atores passam meses sem trabalho: "Nós temos um país muito pequeno, temos muita gente e muita falta de dinheiro: as produtoras não têm dinheiro, as televisões não têm dinheiro. Estamos a falar de novelas que antes levavam 40/45 atores, e hoje em dia, os elencos fixos estão reduzidos a 10/15 atores e o resto são satélites do elenco de apoio. Não há dinheiro para investir em ficção e havendo a quantidade de atores que há, obviamente, que se torna difícil".

A atriz falou, também, sobre o preconceito que existe na televisão: "Está coisa de escolher os atores porque são bonitos ou porque têm muitos seguidores no Instagram está a matar as produções, está a cansar o público.

As avós têm de ter 'ar de mães', as mães têm de ter 'ar de adolescentes', portanto tudo isto está profundamente errado até na mensagem que passa para a sociedade: a maior parte da juventude de hoje acha que se não for bonita e se não aparecer semi-nua nas redes sociais, não consegue trabalho. Isto é a pressão social".

Contudo, confessa que no teatro as coisas não são bem assim: "O teatro tem essa liberdade, tem atores. Não interessa se são bonitos ou feios, altos, magros... O teatro quer atores e essa é a grande liberdade. Podemos ter gente de todas as idades, porque há uma construção de uma personagem e no fim resulta".

No final, revelou o que o futuro lhe aguarda, no mundo da representação: "Resolvi fazer outro projeto, que vou encenar. Um projeto que vai estrear em 2025".

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