Ricardo Martins Pereira, comentador do Dilema, dedicou um texto a Manuel Luís Goucha, no qual enaltece o profissionalismo do apresentador, que este domingo apresentou a gala do domingo, um dia após ser notícia que perdeu a mãe.
«Hoje é sobre o Manel. É difícil explicar o privilégio que foi poder estar ontem ali, como podem ver nesta primeira foto, desfocado, atrás do Manel. Era um dia em que quase que aposto que nenhum de nós, a passar o que ele estava a passar, teria vontade, força, de sair sequer da cama. Como muito provavelmente ele não tinha. O Manel apareceu à hora de sempre, fez os ensaios como sempre, entrou na gala com o caráter e profissionalismo de sempre. Mas emocionado, desta vez emocionado, porque esta gala, que a mãe já não viu, era também para ela, como ele o disse, a abrir e a fechar o programa», escreve o comentador.
«Ninguém sabe ao certo o que o Manel sentiu lá dentro durante toda a gala. Mas eu estava ali ao lado, e vi-o a sorrir como sempre, a brincar como sempre, a fazer as perguntas certas, as provocações que tinham de ser feitas, a puxar pelas emoções dos concorrentes. Por fora, foi exatamente o mesmo Manel de sempre. Por dentro, só ele sabe. Nós apenas imaginamos», continua.
«Conheci pessoalmente o Manel em 2022, quando ele me fez uma entrevista de vida no seu programa da tarde. Depois disso, todos os meses, e sem que absolutamente nada o obrigasse, e sem uma agenda, o Manel enviava-me uma mensagem a saber de mim, como é que eu estava. Ele foi sabendo que, muitas vezes, não estive bem. Que vivia provavelmente um dos anos mais duros da minha vida. E ele nunca parou de perguntar, de querer saber. Ele é o Manuel Luís Goucha, apresentador de televisão há 30 anos, uma estrela nacional. Eu não sou ninguém. Mas o Manel nunca deixou de se lembrar e de se preocupar», conta Ricardo.
«É um orgulho e um privilégio ter partilhado mesa com ele num dia que ele nunca irá esquecer. É um orgulho e privilégio poder ter-lhe dado um abraço ontem», finaliza.
Manuel Luís Goucha dedicou a gala à mãe. «Várias vezes a minha mãe e eu falámos da eventualidade de acontecer este dia. A minha mãe partiu. E eu tenho um programa para apresentar», declarou. «A minha mãe sempre me disse, e aliás, fez-me prometer várias vezes, que eu não deixaria nunca de trabalhar. E por isso, se me permitem, hoje é por ela».