Betty Grafstein, joalheira britânica de 96 anos, decidiu falar publicamente sobre os alegados abusos de que foi vítima durante o seu casamento com José Castelo Branco. Num vídeo divulgado esta segunda-feira, 30 de junho, através da conta de Instagram de David Motta, amigo próximo do casal, Betty surge visivelmente debilitada, mas determinada a pôr fim a rumores e desmentir o ex-marido.
Sentada e com um exemplar do New York Daily News à frente — uma forma de provar que o testemunho é atual —, Betty deixa claro o motivo da gravação: “Esta é uma pequena mensagem para o José Castelo Branco”. No vídeo, a britânica nega as declarações do socialite sobre o seu estado de saúde e isolamento. “Ele diz que não estou bem, que sou incoerente, que ninguém me visita e que estou completamente fora de mim. Isso não corresponde à verdade”, garante, visivelmente emocionada.
“Tenho muitos, muitos amigos que me vêm ver. Muita gente que me conhece tem-me defendido”, reforça, contrariando a versão de José Castelo Branco de que estaria sozinha e desamparada.
Num momento de grande vulnerabilidade, Betty admite finalmente os maus-tratos: “Não sei porque fiquei tanto tempo com o José, quando ele me bateu na cabeça tantas vezes. Fui uma tola, não fui esperta. Tive medo, fiquei presa numa armadilha, infelizmente.” Esta confissão surge cerca de um ano depois das primeiras denúncias de alegada violência doméstica, que levaram à detenção do socialite português e a uma onda de indignação pública.
Na descrição do vídeo, David Motta explica os motivos que o levaram a partilhar este momento íntimo:
Com todo o rigor e seriedade que o momento impõe, passo a partilhar o seguinte, não sem antes esclarecer o contexto que me leva a fazê-lo.
Foi-me solicitado — ainda que, cumpre dizê-lo, fortemente desaconselhado por muitos — que tornasse público este vídeo. O pedido chegou-me por parte de um grupo restrito, mas profundamente leal e atento, composto por amigos próximos e familiares da Betty, que têm acompanhado com constância e preocupação o seu percurso desde a chegada a Nova Iorque e consequente internamento na casa de repouso e recuperação onde hoje se encontra.
Após ponderação cuidada, senti que não poderia ignorar este apelo. Sei que este tipo de publicação destoa do tom desta plataforma, que uso sobretudo para fins profissionais, mas sempre me pautei por seguir o meu instinto. Cortei o vídeo de forma a preservar o essencial e respeitar a vontade da Betty".
David Motta alerta ainda para a situação delicada em que a joalheira se encontra, explicando que, apesar das denúncias, não existem atualmente restrições legais que impeçam José Castelo Branco de se aproximar de Betty, o que torna tudo ainda mais preocupante.
Na sua mensagem, David Motta apela à empatia e ao respeito:
“O debate não deve centrar-se em futilidades — se a Betty aparece direita ou inclinada, se treme ou deixa de tremer — mas sim na clareza e lucidez de uma mensagem dolorosamente honesta. Para quem não compreende o inglês, importa traduzir o essencial: ‘Estou bem, tenho quem me visite, fui agredida, tive medo, caí numa armadilha’”.
Para o criativo, este caso deve ser tratado com a mesma gravidade que qualquer outro episódio de violência doméstica, sem desvalorização:
“Em Portugal, são ainda demasiadas as mulheres que perdem a vida em silêncio, presas em ciclos de abuso. Este caso, embora mediático, deve ser olhado com respeito e humanidade.”
Nas redes sociais, a partilha mereceu palavras de apoio de várias figuras públicas. Jessica Athayde comentou: “Fizeste muito bem em partilhar.” Já Iva Domingues escreveu: “Muito bem! ❤️” — palavras que refletem o sentimento de muitos que acreditam que dar voz a Betty Grafstein é, neste momento, essencial.