Um jovem de 20 anos está a ponderar não comparecer ao casamento do pai, marcado para dezembro, apenas sete meses depois da morte da mãe, com quem o progenitor esteve casado durante 38 anos.
O caso foi partilhado na rede social Reddit, no fórum “Am I The A------?”, onde o estudante universitário relatou o impacto que a situação teve na família.
Segundo o jovem, a mãe, falecida em fevereiro, era “a melhor amiga e a cola que mantinha a família unida”. No entanto, apenas um mês após o funeral, o pai começou a sair em encontros, algo que os filhos consideraram estranho, embora inicialmente não tenham dado grande importância.
Pouco tempo depois, o homem voltou a contactar uma mulher que conhecia desde a adolescência. Esta teria visto o vídeo do funeral online e decidiu escrever-lhe pelo Facebook, numa tentativa de saber como ele estava. Em poucas semanas, o pai revelou aos filhos que estava numa nova relação.
A partir daí, o jovem começou a ver o pai cada vez menos, já que este passava os fins de semana fora, até que a relação evoluiu para um noivado. O casal começou mesmo a construir uma casa noutro estado, onde o estudante irá viver futuramente, por ainda estar a estudar e querer poupar dinheiro.
Apesar disso, nem ele nem os irmãos aceitaram bem a situação: “Nenhum de nós concordou com o que ele estava a fazer, parecia-nos estranho”, contou, acrescentando que o irmão chegou a cortar contacto com o pai durante algum tempo.
Os filhos deixaram claro que não queriam conviver com a nova companheira, mas, segundo o jovem, o pai “continuou a trazê-la, mesmo depois de lhe dizermos que não”. O casamento está agora marcado para dezembro, cerca de 10 meses após a morte da mãe.
O estudante questionou a comunidade online se seria errado recusar o convite. A maioria dos utilizadores defendeu que não: “Não és o idiota. Não és obrigado a ir”, escreveu um deles. Outro comentou: “Casar-se apenas 10 meses depois de perder a esposa de 38 anos é, no mínimo, uma forma muito rápida de seguir em frente”.
Ainda assim, alguns participantes lembraram que o pai tem direito a reconstruir a vida: “É normal sentires-te estranho com isto, mas ele pode avançar ao seu ritmo. Muitos viúvos têm dificuldade em lidar com a solidão e procuram companhia mais cedo do que os filhos esperariam”, explicou um utilizador.
Outros alertaram para as consequências práticas da decisão: “Não podes dizer que não queres nada com ela e, ao mesmo tempo, esperar viver na casa deles”, escreveu um comentador, referindo que o jovem terá de decidir entre aceitar a nova realidade ou procurar outra solução de habitação.
Por fim, alguns destacaram a necessidade de respeito mútuo: o pai pode escolher refazer a vida, mas também deverá compreender que os filhos ainda estão em luto e não conseguem avançar ao mesmo ritmo.