Desconhecido que doou fígado a menino surpreende-o, anos mais tarde, na Primeira Comunhão. A reacção é comovente - V+ TVI1224
Foto: Amy Scheibe / Revista PEOPLE

Desconhecido que doou fígado a menino surpreende-o, anos mais tarde, na Primeira Comunhão. A reacção é comovente

  • Redação V+ TVI
  • 5 mai, 17:29

Uma história real que demonstra bem como uma decisão pode transformar completamente a vida de outra pessoa

Em 2020, Brian Flynn, hoje com 54 anos, realizou um gesto de altruísmo extraordinário ao doar anonimamente parte do seu fígado a Richie Ramirez, então com apenas quatro anos. Quatro anos depois, no dia 4 de maio, Flynn protagonizou um reencontro inesperado e profundamente emotivo ao surpreender Richie durante a sua Primeira Comunhão, em Brooklyn, Nova Iorque.

Sem saber do plano cuidadosamente preparado pelos pais, Richie virou-se durante a cerimónia e deparou-se com Flynn na igreja. Com os olhos marejados, não conteve as lágrimas ao reconhecer o homem que lhe salvara a vida.

“É um privilégio fazer parte da vida do Richie”, afirmou Flynn à revista PEOPLE. “Chamam-me o GOAT [sigla para Greatest of All Time, ou ‘melhor de sempre’] por ter partilhado parte do meu fígado com ele, mas o verdadeiro herói desta história é o Richie. O melhor presente para mim é vê-lo florescer e espalhar alegria por onde passa. A doação foi, sem dúvida, a experiência mais extraordinária da minha vida.”

Melissa Ramirez, mãe de Richie, registou o momento numa publicação no Instagram: “Prova de que o AMOR é a emoção mais forte, e que estar presente faz toda a diferença!” Agradeceu ainda a Brian e à sua esposa, a escritora Amy Scheibe: “Estamos profundamente honrados por escolherem fazer parte da vida do Richie. Amamo-vos! É maravilhoso que os nossos familiares e amigos vos tenham conhecido pessoalmente.”

O primeiro encontro entre Richie e Flynn aconteceu em 2021, um ano após o transplante. Embora a doação tivesse sido feita de forma anónima, um dia após a cirurgia um assistente social informou Flynn de que a família Ramirez estava disponível para manter contacto. Flynn acedeu, e Melissa escreveu-lhe uma carta do quarto do hospital onde Richie recuperava, expressando a sua profunda gratidão.

“Chorei descontroladamente quando a recebi”, recorda Flynn. “Fiquei completamente comovido — pela gratidão, por saber que a cirurgia correu bem, e por compreender verdadeiramente o sofrimento que a família enfrentara. Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida.”

A batalha da família começou cerca de um ano antes da cirurgia, quando Richie foi diagnosticado com deficiência de alfa-1-antitripsina, uma doença genética que comprometia gravemente o seu fígado. “Foi o nosso bebé-milagre”, revela Melissa, de 43 anos, referindo-se ao filho concebido após a terceira e última tentativa de fertilização in vitro. O prognóstico era claro: a única hipótese de uma vida longa e saudável seria um transplante hepático — mas ninguém sabia quanto tempo demoraria até surgir um dador compatível.

Pouco tempo depois, receberam a tão esperada chamada: havia uma correspondência perfeita. Era Brian Flynn. A cirurgia foi marcada para dez dias depois.

Desde então, as duas famílias mantêm contacto regular. Flynn, que já tinha doado um rim a um desconhecido um ano antes, acompanha com entusiasmo o crescimento de Richie.

Ao partilharem a sua história com a PEOPLE, Flynn e Melissa quiseram inspirar outros a considerarem a doação em vida. “A possibilidade de salvar uma vida é extraordinária”, sublinhou Flynn. “Mas também é extraordinária a forma como isso pode transformar a nossa própria vida.”

Recorde-se que, em Portugal, houve um caso de transplante infantil - também de fígado - que se tornou muito mediático, por se tratar do filho de Pedro Chagas Freitas, que partilhou a história recentemente no Bom dia Alegria. Durante a conversa com Merche Romero e Zé Lopes, o famoso autor fez questão de reforçar a importância dos dadores órgãos, quer seja em vida, quer seja depois da morte.

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