Sou mulher de um jogador de futebol e envolvi-me com um colega de equipa: «Destruí a carreira dele» - V+ TVI1224
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Sou mulher de um jogador de futebol e envolvi-me com um colega de equipa: «Destruí a carreira dele»

  • Redação V+ TVI
  • 16 out, 14:59

Um casamento que se desmoronou... e acabou com tudo à sua volta

Todas as semanas, publicamos um conto ficcional sobre o amor, a partir de um caso real 

Conheci o Jorge quando éramos apenas crianças. Numa cidade pequena, onde todos os rapazes sonhavam com golos e glória, ele jogava desde os seis anos no clube da terra. Crescemos juntos, como se o destino nos tivesse entrelaçado desde sempre. O nosso amor era silencioso e firme, invisível aos olhos do mundo, mas palpável em cada gesto tímido.

No liceu, éramos inseparáveis, mas eu nunca imaginei que ele chegaria tão longe. A vida tinha planos maiores: uma temporada brilhante e surpreendente no clube local abriu portas que nem nos sonhos mais ousados ousávamos imaginar. Aos vinte anos, o Jorge assinou com um dos grandes clubes, e mudámo-nos para a capital. Comprámos um apartamento luxuoso, que decorei com móveis sofisticados; adquirimos carros topo de gama, roupas elegantes — e, no meio de todo este brilho, eu tentava brilhar também, para que ele nunca olhasse para o mundo sem mim ao seu lado.

Cuidei do meu corpo, do meu cabelo, da minha pele, dos meus gestos. Ia ao cabeleireiro, fiz procedimentos estéticos, não falhava um dia no ginásio. Fiz-me a mulher perfeita para o homem perfeito. Ele vivia absorvido pelo futebol, pela disciplina que consumia cada minuto da sua vida. Treinava, corria, marcava golos. Eu era apenas o refúgio silencioso, a presença constante, a segurança do lar, a mulher invisível atrás do brilho do sucesso dele.

Quando nasceu a Valentina, senti o peso do mundo sobre os meus ombros. Mas não me afligi; nessa altura já tinha percebido que o dinheiro compra (quase) tudo. Contratei amas, organizei a casa, criei uma rotina impecável. Continuava bonita, admirada nas redes sociais, mas em casa ninguém via a mulher que eu era. O Jorge estava quase sempre ausente, e o seu sucesso parecia engolir tudo à sua volta, inclusive a mim.

Aos vinte e três anos, veio o grande salto e a concretização de todos os nossos sonhos: Inglaterra, um clube europeu de topo, fama, dinheiro, prestígio. Mas a nova cidade era cinzenta, a língua difícil, e a solidão esmagadora. Eu mantinha tudo sob controlo: casa perfeita, refeições preparadas, silêncio respeitoso. Ele treinava, dormia cedo, vivia a rotina como se eu fosse apenas um objeto de conforto. E eu sentia falta de ser desejada, de ser reconhecida como mulher, não apenas como esposa de jogador.

Foi então que surgiu a Bruna. Mulher do Leonardo, colega de equipa do Jorge, brasileira, confidente inesperada. Falávamos a mesma língua e logo ali nos tornámos cúmplices. Tínhamos filhas da mesma idade. Partilhávamos confidências e risadas, e a nossa amizade cresceu como uma chama que aquece na madrugada fria. Saíamos juntas, íamos ao ginásio.

Começámos a jantar os quatro, e foi aí que percebi os olhares do Leonardo. Intensos. Provocadores. Penetrantes. Olhares que me atravessavam, que pareciam ler cada pensamento, cada desejo que eu julgava adormecido há anos. Sentia um arrepio percorrer-me a espinha sempre que os seus olhos me encontravam, uma eletricidade impossível de ignorar. Pela primeira vez em muito tempo, senti-me viva, desejada, perigosa. Cada gesto dele, cada sorriso contido, parecia um convite silencioso, e o meu coração batia mais rápido, com uma mistura de medo e excitação.

O Jorge ouvia os piropos e ria-se distraído, alheio ao fogo que se acendia entre mim e o colega. Como é que ele não via toda aquela tensão sexual? Eu tentava concentrar-me na conversa, mas cada palavra de Leonardo, cada inclinação do seu corpo em minha direção, fazia-me estremecer. Era impossível ignorar o magnetismo que ele exalava, uma presença que me chamava, me desafiava, me recordava que ainda existia dentro de mim uma mulher capaz de desejar e de ser desejada.

No verão, eles decidiram passar férias em Portugal connosco. Alugámos uma casa enorme na praia, com chef privado, piscinas cintilantes, marina, iate e amas para as crianças. O sol dourado iluminava cada espaço, e o cheiro do mar misturava-se com o aroma da comida preparada pelo chef. Tudo parecia perfeito, idílico, mas era exatamente este cenário que tornava tudo tão perigoso.

Eu desfilava o meu corpo esculpido em biquínis mínimos pela casa e sentia o desejo do Leonardo a crescer a cada olhar, a cada aproximação. Cada sorriso contido, cada comentário aparentemente inocente, aumentava a tensão entre nós. O coração batia-me mais rápido, a respiração acelerava-se nos momentos em que nos cruzávamos, e eu sabia que estávamos a caminhar numa corda muito fina. Era um jogo perigoso, um fio de excitação que se estendia entre nós, prestes a partir a qualquer instante. Cada aproximação dele parecia carregar uma promessa silenciosa, um toque que ainda não tinha acontecido mas que eu já sentia como fogo a queimar na minha pele. E sabia — de forma instintiva e irresistível — que tudo só podia correr mal.

Numa despensa, ele agarrou-me, e o mundo pareceu reduzir-se àquele instante. Forte, musculado, envolveu-me num abraço que queimava, e o proibido explodiu entre nós. Os nossos corpos encaixavam-se com uma urgência quase selvagem, cada toque enviava ondas de eletricidade pela minha pele, cada beijo roubado fazia-me esquecer tudo à minha volta. A respiração dele misturava-se com a minha, pesada, ofegante, carregada de desejo contido durante meses.

Senti-me viva como há muito não me sentia. Cada gesto dele lembrava-me que ainda existia como mulher, que o meu corpo podia despertar paixão e fazer arder qualquer distância emocional. Urgente, indomável, irreprimível — assim me sentia, perdida na intensidade do momento, consciente de que estávamos a atravessar uma linha da qual não havia retorno. O mundo lá fora desapareceu; só existíamos nós, o calor da pele, os gemidos contidos, a tensão do proibido que se tornava impossível de ignorar.

Voltámos a Inglaterra, e a rotina tentou retomar o seu lugar, mas a normalidade era apenas uma ilusão. O escândalo esperava-nos à espreita, silencioso, pronto para explodir. A Bruna descobriu, provavelmente através de uma ama, e apareceu em nossa casa, furiosa, os olhos em chamas, o corpo tenso. Queria bater-me, e o ódio dela parecia preencher cada canto da sala. O medo percorreu-me o corpo, uma mistura de ansiedade e adrenalina que me fez gelar por dentro e queimar por fora.

Chamámos a polícia, mas os jornais rapidamente souberam e não demoraram a transformar o episódio numa tempestade de manchetes. Cada detalhe da traição, cada olhar furtivo, cada momento roubado, foi exposto, amplificado, consumido pelo público ávido de escândalos. O barulho fora de casa parecia esmagador, e eu senti a nossa vida a desfazer-se sob o peso da atenção mediática.

O Jorge ficou em choque, os olhos cheios de dor e incredulidade. O silêncio entre nós era ensurdecedor; palavras pareciam inúteis diante do caos que se instalara. Eu senti o peso esmagador das minhas escolhas: culpa, vergonha, desejo e amor entrelaçados de forma indissolúvel, cada fio puxando-me para baixo, cada memória dos nossos momentos bons agora manchada pelo erro que cometera.

O divórcio veio como um golpe silencioso, mas irrevogável, e com ele, a destruição silenciosa da carreira dele. A distração, a dor e a humilhação marcaram cada jogo da sua época; cada derrota parecia um reflexo do que se tinha perdido, não apenas na sua carreira, mas na confiança que depositara em mim. A vida que antes brilhava para nós dois, construída com esforço e sonhos partilhados, desmoronou-se em silêncio, deixando apenas o eco do que já não podia ser reparado.

Em Janeiro, o Leonardo mudou-se novamente para o Brasil, mas sozinho. A Bruna deixara-o. Eu regressei a Portugal, separada, com a vida inteira a recomeçar. Os media perseguiam-me, todos pareciam odiar-me. Senti-me só, acusada de ter destruído mais do que uma carreira: culparam-me pelos sonhos e pela promessa do Jorge. E no silêncio da minha nova vida, percebi que o que destruí não foi apenas a carreira de um homem. Foi um amor, uma confiança, a ilusão da perfeição. E talvez, só talvez, foi também uma parte de mim que nunca mais voltaria.

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