Menina de 11 anos morre por prescrição de dose letal de analgésicos - V+ TVI1224
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Menina de 11 anos morre por prescrição de dose letal de analgésicos

  • Redação V+ TVI
  • 20 jun, 15:44

O incidente aconteceu poucos meses depois de a criança ter vencido uma dura batalha contra a leucemia

A história de Ava Wilson, uma menina de 11 anos do estado de Indiana (EUA), tem emocionado a opinião pública. Depois de vencer uma dura batalha contra a leucemia, Ava morreu apenas quatro meses após entrar em remissão, alegadamente devido à administração de uma dose excessiva de medicamentos para a dor. Agora, a família foi indemnizada com cerca de 20,5 milhões de dólares (aproximadamente 19 milhões de euros), segundo a CBS News.

Ava tinha sido diagnosticada com leucemia b-linfoblástica, um tipo de cancro do sangue e da medula óssea, em abril de 2020. Após meses de tratamentos intensivos com quimioterapia, entrou em remissão em junho desse mesmo ano. Segundo os pais, Gerard e Pamela Wilson, a recuperação da filha era promissora. Ava era uma aluna de excelência, ativa em projetos solidários da escola e integrava a equipa de futebol infantil.

Dor intensa ignorada

No entanto, a 29 de outubro de 2020, durante uma consulta de seguimento no Centro Oncológico Pediátrico do Advocate Children’s Hospital, em Illinois, Ava apresentou fortes dores lombares irradiadas para as pernas e dificuldades em caminhar. Segundo a ação judicial, a menina foi apenas observada por uma enfermeira especializada, e não foi internada, apesar dos sinais clínicos preocupantes, como dor intensa, frequência cardíaca e tensão arterial anormais, e análises com níveis alarmantes de plaquetas e enzimas hepáticas.

Durante essa consulta, a enfermeira terá aumentado as doses de gabapentina (medicamento para dor neuropática) e prescrito 15 mg de morfina, de 4 em 4 horas — sem consulta prévia com a oncologista da criança, segundo alegações dos pais.

“O corpo da Ava gritava por ajuda. E ignoraram-na”, afirmou o advogado da família, Matthew L. Williams.

A 31 de outubro, 36 horas após a consulta, Ava foi encontrada sem vida, tendo morrido durante o sono. A causa oficial da morte foi toxicidade aguda por combinação de morfina, hidroxyzina e gabapentina. Segundo o advogado, a jovem apresentava níveis letais de morfina no organismo no momento da morte.

“A morfina é um fármaco perigoso que deve ser usado com extrema cautela e sob monitorização rigorosa, sobretudo em crianças”, explicou Williams. “Quando isso não acontece, os riscos de toxicidade, depressão respiratória ou morte aumentam.”

Justiça e dor

A decisão do júri de atribuir a indemnização à família pretende agora reconhecer a perda devastadora e, segundo os advogados, servir de alerta para a importância da responsabilidade clínica em casos pediátricos complexos.

O hospital, contactado pela imprensa, emitiu um curto comunicado:

“O nosso coração está com esta família. Continuamos empenhados em prestar cuidados adequados a todos os nossos pacientes. Por razões de privacidade, não comentamos casos individuais.”

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