6 sinais de que está a viver uma relação tóxica: saiba como reconhecer e agir - V+ TVI

6 sinais de que está a viver uma relação tóxica: saiba como reconhecer e agir

Susana Dias Ramos, especialista em Saúde Sexual, trouxe para cima da mesa o tema das 'relações tóxicas': o que são? quais são os sinais? quais os motivos para permanecer nessas relações, sabendo que estas nos trazem sentimentos negativos? como abandonar um parceiro(a) tóxico(a)?

No programa "Segredos do Prazer", emitido no dia 30 de setembro, a especialista Susana Dias Ramos abordou o tema das relações tóxicas, explicando como essas dinâmicas prejudicam os envolvidos. Segundo ela, uma relação tóxica caracteriza-se pela presença de manipulação emocional, controlo excessivo e comportamentos que minam a autoestima de uma das partes. A especialista destacou sinais como a constante culpa imposta por um dos parceiros, a falta de liberdade para expressar sentimentos e o isolamento social. 

O que é uma relação tóxica?

A sexóloga oferece alguns exemplos práticos: 

«A relação tóxica é uma relação de domínio/de poder que uma pessoa tem sobre a outra ou que as duas têm uma sobre a outra». 

«Se nós não estamos confortáveis, relaxados, tranquilos numa relação. Se essa relação não nos deixa com paz, serenidade, com possibilidade de nós fazermos as nossas coisas do dia-a-dia, se a relação por algum motivo nos põe em perigo, nos põe em instabilidade, nos dá um certo medo e receio, esta relação não é saudável. Uma relação que não seja saudável e que não nos faça sentir bem, é uma relação que obrigatoriamente é tóxica.» 

«O ciúme é uma das formas mais tóxicas de controlar alguém, de se manter numa relação, a forma como nós exigimos que a outra pessoa faça só, única e exclusivamente, aquilo que nós desejamos e aquilo que nós queremos. O que é tóxico é o poder.» 

Neste primeiro momento, Susana Dias Ramos sublinha, ainda, que mais de 80% dos crimes que são cometidos em Portugal, são crimes passionais. Segundo a especialista, é essencial estar atento a comportamentos e padrões que indicam que a relação deixou de ser saudável. 

 

Conheça os 6 sinais que indicam que está a viver uma relação tóxica

 

  • Controlo Excessivo: Um dos parceiros tenta controlar cada aspeto da vida do outro, desde as amizades até às atividades diárias, limitando a liberdade individual. Nomeadamente o ‘controlo telefónico’: ‘onde estás?’ é uma das perguntas frequentemente usadas.

 

  • Manipulação Emocional: O parceiro tóxico utiliza táticas como a culpabilização e o "gaslighting" (fazer a outra pessoa duvidar da sua própria realidade) para se manter no controlo e diminuir a autoconfiança do outro.

 

  • Desvalorização Constante: Há críticas constantes e desvalorizações, fazendo com que a pessoa sinta que nada do que faz é suficiente ou certo. Este comportamento mina a autoestima e a autovalorização.

 

  • Ciúmes e Desconfiança Excessiva: A desconfiança constante, mesmo sem motivos aparentes, leva a um ambiente de tensão permanente. O parceiro tóxico pode fazer acusações infundadas e criar discussões sobre situações imaginárias.

 

  • Isolamento Social: Um dos primeiros sinais de uma relação tóxica é o isolamento da vítima dos seus amigos e familiares. O parceiro tenta afastá-la do seu círculo de apoio para aumentar a dependência emocional.

 

  • Violência Verbal ou Física: Qualquer tipo de agressão, seja verbal, emocional ou física, é um sinal claro de que a relação é tóxica e extremamente prejudicial.

 

Porque é que muitas pessoas permanecem em relações tóxicas, mesmo quando reconhecem os sinais?

Segundo Susana Dias Ramos, as razões são complexas e variadas, muitas vezes enraizadas em fatores emocionais e psicológicos profundos.

Uma das principais explicações, segundo a terapeuta, é a baixa autoestima. Pessoas que permanecem em relações tóxicas tendem a ter uma visão distorcida de si mesmas, muitas vezes acreditando que não merecem melhor ou que não são capazes de encontrar outra relação mais saudável. O parceiro tóxico alimenta esta insegurança ao desvalorizar constantemente o outro, o que faz com que a vítima se sinta cada vez mais presa na relação.

Outro motivo é o medo da mudança. Muitas pessoas têm receio de sair da sua zona de conforto, por mais prejudicial que seja, porque o desconhecido parece ainda mais assustador. Este medo é frequentemente exacerbado por ameaças ou manipulações do parceiro tóxico, que pode sugerir que a pessoa nunca encontrará ninguém melhor ou que ficará sozinha.

A dependência emocional e financeira é também uma das razões apontadas por Susana Dias Ramos. Em muitas relações tóxicas, um dos parceiros controla os recursos financeiros ou cria uma dependência emocional tão forte que a vítima sente que não conseguirá sobreviver sem o outro. Este ciclo de dependência dificulta a saída da relação.

Susana Dias Ramos destaca ainda o fenómeno do ciclo de abuso. As relações tóxicas são marcadas por fases de tensão seguidas por períodos de "lua de mel", em que o parceiro tóxico se mostra carinhoso e arrependido, prometendo mudanças. Este comportamento faz com que a vítima tenha esperança de que as coisas vão melhorar, perpetuando a permanência na relação.

Por fim, a terapeuta refere que a falta de apoio externo pode ser um fator decisivo. Muitas vezes, o parceiro tóxico isola a vítima dos seus amigos e familiares, dificultando o acesso a redes de apoio. Sem um sistema de suporte, a pessoa sente-se sozinha e incapaz de tomar a decisão de sair.

 

O que fazer para abandonar uma relação tóxica?

A especialista em Saúde Sexual, enfatiza a importância de não ignorar todos os sinais e de agir para proteger o bem-estar emocional e físico. A terapeuta aconselha que, ao reconhecer estes comportamentos, a pessoa procure apoio, seja de amigos, família ou de profissionais especializados.

Relacionados