No «Goucha», a cantora recorda a doença oncológica que lhe mudou a vida.
Mísia, a fadista portuguesa de sucesso, tem uma história pública e outra muito pessoal que partilhou connosco. Desde a infância, marcada pelo desamor, que lhe valeu uma depressão aos 6 anos de idade, passando pela vida conjugal, marcada pela violência doméstica e tentativas de por fim à vida. E o pior: uma doença oncológica grave que lhe poderia ter tirado a vida por três vezes: «A ideia da morte está ao meu lado»
Se sobrevivesse decidiu que iria escrever um livro a partir das cicatrizes mais profundas, e assim o fez. A cada capítulo do livro corresponde uma música sobre o mesmo tema. Juntou-lhe ainda um espetáculo onde vai intercalando as canções com as suas histórias. A abertura desta tour internacional aconteceu em maio, no Museu do Oriente, em Lisboa.
O livro autobiográfico chama-se “Animal Sentimental” e foi publicado em abril deste ano. Esta é a cereja no topo do bolo de uma artista que comemora 30 anos de carreira, 66 de vida e 15 discos editados. Guarda, no entanto, uma mágoa: o desencontro com o país que escolheu, mas onde sente que nunca foi escolhida. Pois foi preciso o sucesso internacional para o seu país a aclamar e valorizar.