Ota: CDS recomenda prudência ao Governo - TVI

Ota: CDS recomenda prudência ao Governo

  • Portugal Diário
  • 27 mar 2007, 18:12

E defende realização de estudos sobre o Montijo, com base em estudo próprio

O CDS-PP recomendou esta terça-feira «prudência decisional» ao Governo sobre o futuro aeroporto de Lisboa e defendeu a realização de estudos sobre a opção Montijo, que poderia funcionar inicialmente como aeroporto de apoio e, no futuro, como estrutura principal, escreve a Lusa.

A conclusão é de um relatório do gabinete de transportes do Conselho Económico e Social do CDS-PP, presidido pelo vice-presidente Miguel Anacoreta Correia, a que a Lusa teve acesso.

«Estamos convencidos que o Montijo poderia funcionar como aeroporto de apoio à Portela e, dentro de 20 a 30 anos teria condições de vir a ser um grande aeroporto internacional», disse à Lusa Anacoreta Correia.

O vice-presidente democrata-cristão salientou que a responsabilidade de efectuar esses estudos «é do Governo», mas defendeu que a transformação da base aérea do Montijo num aeroporto de apoio à Portela, numa fase inicial, teria várias vantagens em relação à construção do aeroporto na Ota, a solução defendida pelo executivo.

«Seria mais rápido, mais barato e teria a vantagem de manter o aeroporto no centro de Lisboa», defendeu.

Segundo Anacoreta Correia, esta opção não implicaria quaisquer atrasos, já que para preparar os terrenos da Ota para o futuro aeroporto são necessários entre dois a três anos.

«Nesse tempo, estaria pronto um aeroporto de apoio», contrapôs, acrescentando que, com esta solução transitória, haveria mais tempo para estudar a localização do futuro aeroporto internacional de Lisboa.

Por outro lado, acrescentou, «seria mais barato do que a solução Ota, que no futuro também não apresenta garantias».

No estudo do Conselho Económico e Social - um órgão que integra militantes do CDS-PP e quadros independentes -, o grupo de transportes defende ainda que a localização do novo aeroporto «deve ter uma convergência de opiniões tão ampla quanto possível».

«Isto é particularmente verdade quando a sua concretização necessita de cerca de 15 anos e os investimentos relativos à actual legislatura não atingirão os 10 por cento», frisa o estudo, que já foi aprovado pela comissão política do partido.

O grupo de transportes já concluiu igualmente estudos sobre as auto-estradas sem portagens (SCUT), a prevenção rodoviária e o financiamento dos transportes públicos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, documentos que serão apresentados em breve à comissão política do CDS-PP.

Ribeiro e Castro questiona Bruxelas

O líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, voltou a questionar a Comissão Europeia sobre o futuro aeroporto de Lisboa, interrogando este órgão sobre a necessidade de realizar estudos alternativos à Ota na margem sul do Tejo.

Ribeiro e Castro invocou a posição expressa segunda-feira à noite pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, no programa «Prós e Contras» da RTP1, que criticou o processo que levou à escolha do local para o novo aeroporto.

Segundo o líder do CDS-PP, Fernando Santo defendeu o estudo de uma alternativa à Ota, depois de José Manuel Viegas, professor do Instituto Superior Técnico, ter apresentado como outras possíveis localizações as zonas do Poceirão e de Faias, na margem sul do Tejo.

«Tem alguma posição sobre a necessidade e/ou conveniência de ser feito um novo estudo sobre outra localização para o novo aeroporto de Lisboa, na margem sul do rio Tejo, e que não sofra dos inconvenientes que cada vez mais são apontados à Ota?», interroga Ribeiro e Castro, numa pergunta escrita dirigida à Comissão Europeia.
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