Quercus denuncia substituição de espécies protegidas por eucaliptos - TVI

Quercus denuncia substituição de espécies protegidas por eucaliptos

Floresta [arquivo] - Foto de Jon Sullivan

Situação no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é «absolutamente inaceitável»

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A Quercus denunciou esta quarta-feira a destruição de espécies protegidas em Monsanto, no concelho de Alcanena, em área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), considerando que a situação revela falta de vigilância dos serviços.

Em comunicado citado pela Lusa, a associação ambientalista informa ter recebido diversas queixas sobre a destruição de «uma área de floresta natural, dominada por espécies protegidas como sobreiros e azinheiras», no PNSAC, num local onde «foram plantados recentemente eucaliptos».

« O sítio localiza-se em área protegida do Maciço Calcário Estremenho, encontrando-se dezenas de troncos de sobreiros e azinheiras abatidos ilegalmente, tendo grande parte dos cepos e da restante vegetação mediterrânica natural sido destruída com a mobilização dos solos», refere o comunicado, que considera a situação «absolutamente inaceitável num parque natural» em área protegida.

A Quercus explicou que, após uma deslocação ao local, constatou ainda que no terreno «estava quase terminada a instalação do eucaliptal numa área com cerca de uma dezena de hectares», salientando que ambas as acções foram efectuadas «ilicitamente por um proprietário privado, sem que o serviço de vigilância do parque natural tivesse actuado atempadamente para impedir a intervenção».

Por outro lado, a associação refere que verificou «alguma contestação social nas aldeias próximas, dado que as pessoas discordam da destruição da serra para plantação de uma monocultura de eucaliptos, que afecta negativamente a paisagem e a biodiversidade».

A Quercus adianta ter alertado as entidades fiscalizadoras, nomeadamente o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR e os serviços do PNSAC, «para actuarem prontamente», atendendo a que a situação viola a regulamentação do plano de ordenamento do PNSAC, a legislação de protecção ao sobreiro e azinheira e não tem parecer da área protegida.

«Neste sentido, para além do levantamento dos respectivos autos de notícia por contra-ordenação, a Quercus exige que as autoridades notifiquem o proprietário para repor a situação anterior à infracção, arrancando os eucaliptos e plantando sobreiros e azinheiras», lê-se ainda no comunicado do Núcleo do Ribatejo e Estremadura da Quercus, com sede em Ourém.
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