«Não há risco para a saúde» - TVI

«Não há risco para a saúde»

  • Portugal Diário
  • 8 out 2007, 09:15
Linhas eléctricas

Em resposta aos intensos protestos contra as redes de muito alta tensão, o presidente da REN vem explicar que nenhum estudo científico comprova a causa-efeito entre este tipo de redes e o aparecimento de cancro. José Penedos também diz que enterrar as linhas não é solução: «Se fizesse mal à saúde, continuaria a fazer debaixo de terra. Só resolve o problema visual» Tribunal para travar alta tensão

As redes de muito alta tensão continuam a marcar a ordem do dia. Depois dos protestos populares da última semana, surge a reacção da Redes Energéticas Nacionais (REN), com o seu presidente, José Penedos, a garantir que «não há risco para a saúde».

Em entrevista ao Diário Económico, refere que não existe prova científica que comprove a relação entre as redes e o cancro, explicando que nenhum estudo conseguiu estabelecer causa-efeito. Para garantir a sua boa-fé, diz que não se sentiria ameaçado se vivesse ao pé de uma instalação de muito alta tensão

José Penedos lembrou, ainda, que a instalação deste tipo de redes obriga a vários estudos. «Quando fazemos uma linha, ela tem de ter todas as licenças: a de natureza técnica, emitida pela Direcção-Geral de Energia, e a de natureza ambiental (¿) Na zona de Vale de Fuzeiros, em Silves, as pessoas querem agora um traçado mais a norte, mas nessa área temos a objecção do Instituto de Conservação da Natureza e, portanto, não podemos avançar. A decisão não depende só de nós», frisou.

Sobre as suspeitas generalizadas de que existirá ma relação directa entre as redes de muito alta-tensão e o aparecimento de casos de cancro, é taxativo: «Há, em toda a Europa, estudos e grupos de estudo que acompanham os movimentos de objecção em todos os países de modo a perceber a se há algum caso onde se possa concluir, de ciência certa, que houve alguém prejudicado pela vizinhança com uma rede de transporte de electricidade. Insisto, para que fique claro: não há nenhum caso em que se tenha feito prova conclusiva sobre esta relação causa-efeito. Nenhum caso no mundo».

Penedos também fala das linhas enterradas. «Enterrar a linha não faz desaparecer o campo electromagnético. Se fizesse mal à saúde, o que não está provado, continuaria a fazer mal debaixo de terra, apesar de não se ver. É importante sublinhá-lo: enterrar a linha só resolve o problema visual», vincou.

Totalmente confiante, reforça a ideia de não haver um perigo comprovado, pelo que este tipo de linhas existe em vários países de toda a Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.

Sobre o caso concreto de Sintra, diz que vai seguir o seu trajecto normal em tribunal, acreditando que a REN está a pensar no melhor para o país. Os protestos não irão comprometer o trabalho da empresa, segundo defende: «Não acredito no efeito bola de neve. Não há espaço para irresponsabilidade colectiva que seria deixar de construir infra-estruturas deste género devido a um medo que não tem qualquer fundamento científico».
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