Nuclear: Quercus contra Constâncio - TVI

Nuclear: Quercus contra Constâncio

Estação Nuclear

Ambientalistas não concordam com benefícios financeiros apontados pelo governador

A Quercus já reagiu às declarações do governador do Banco de Portugal, nas quais incluiu o nuclear como opção para «a alteração estrutural dos preços da energia», noticia a Lusa.

«Só por ingenuidade sobre o sistema energético ou por desconhecimento das prioridades do ponto de vista de custo é que podem ter sido feitas as declarações do governador do Banco de Portugal», disse Francisco Ferreira, dirigente ecologista.

Constâncio quer opção nuclear em cima da mesa

Para os ambientalistas, «se o problema do país é financeiro, então incluir o nuclear nas questões energéticas é um erro». Isto porque «um dos principais argumentos contra o nuclear é que é muito insustentável do ponto de vista de custos». O exemplo finlandês também foi dado por Francisco Ferreira, que apontou as «enormes derrapagens» desta central nuclear.

A Quercus alega ainda que uma central em Portugal teria uma dimensão que não conseguia ser suportada pela rede eléctrica nacional, além dos tradicionais argumentos dos problemas do tratamento dos resíduos gerados pelo nuclear e da questão do risco.

«O debate do nuclear foi feito nos últimos dois anos e extinguiu-se. Muito porque Portugal é o país da Europa onde a população acha que se deve apostar menos no nuclear», acrescentou.

Declarações de Vítor Constâncio «só podem ser um lapso»

O presidente do Conselho de Administração da Agência de Energia do Porto considera este debate «inoportuno», porque «não existe documento para discutir e porque este Governo disse que a energia nuclear não seria tema a debater neste mandato».

Oliveira Fernandes, que já foi secretário de estado do Ambiente, considera que as declarações do governador do Banco de Portugal «só pode ter sido um lapso», porque a energia nuclear tem «implicações do ponto de vista do território e da própria energia eléctrica».

No entanto, o responsável admite que «se a evolução da situação energética é de molde a ponderar a energia nuclear, que se faça como um grande projecto nacional, criando-se gabinetes que se dediquem ao estudo do assunto».
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