ONG reclamam medidas contra efeito de estufa - TVI

ONG reclamam medidas contra efeito de estufa

Poluição [arquivo]

Países ricos, pobres e desenvolvidos vão reunir-se em Copenhaga para definirem um novo regime internacional de emissões de gases

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Ao contrário dos países ricos e em desenvolvimento, as organizações não governamentais (ONG) têm uma atitude mais firme e compromissos mais claros, cobrando aos negociadores uma acção mais efectiva para garantir um plano ambicioso de redução de emissão de gases a partir de 2012, aquando do final do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto.

Por um lado, os países ricos recusam-se a alargar as metas se os países em desenvolvimento não aceitarem compromissos; por outro lado, os países pobres recusam reduzir drasticamente as emissões, se não houver transferência de recursos e tecnologia. Este impasse tem que ser resolvido até Dezembro, quando se vão reunir 192 países, em Copenhaga (Dinamarca), para definir um novo regime internacional de emissões.

Para o coordenador da campanha do Greenpeace Brasil, João Talocchi, «o mundo tem que conseguir chegar a um acordo em Dezembro». «Um tratado em Copenhaga é vital para evitarmos que as mudanças climáticas cheguem a níveis catastróficos», cita o site «terra».

Países desenvolvidos despreocupados

As ONG têm-se manifestado activamente e com objectivos bem definidos. Em Junho, em Bonn (Alemanha), um grupo de organizações de todo o mundo sugeriu o corte de 80 por cento das emissões globais de gases responsáveis pelo efeito de estufa, o estabelecimento de metas obrigatórias de redução das emissões, para os chamados novos países industrializados, como Singapura e Arábia Saudita, e a criação de um novo organismo internacional para gerir os esforços de redução de emissões.

A adopção de compromissos a curto e médio prazo é urgente. «Até agora, a disposição dos países desenvolvidos não se mostra coerente com a gravidade do problema», diz Talocchi.

Países como Brasil, Índia e México, como grandes emissores que são, deveriam assumir compromissos mais ambiciosos, para não falar nos países ricos que têm o dinheiro e a tecnologia. «O Brasil, por exemplo, tem muitas oportunidades de liderar. Mas ainda estamos fazendo muito pouco», disse o coordenador do programa de energia e mudança climática do WWF Brasil, Carlos Rittl.

«O Brasil tem mostrado avanços, mas há muita incoerência, uma situação que chega quase à esquizofrenia. O Plano Decenal de Energia e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não condizem com as metas do Plano Nacional de Mudança do Clima que prevê metas de redução da desflorestação da Amazónia, por exemplo», considerou Rittl.

Com base nesta inércia, as ONG ambientais unem-se por todo o mundo, até à reunião de Copenhaga, na tentativa de convencerem a sociedade sobre a gravidade das mudanças climáticas no futuro. «A população precisa ir às ruas, exigir uma postura de liderança, um papel proactivo de seus negociadores. As mudanças climáticas são o maior desafio que a humanidade já enfrentou junta», argumenta Talocchi.
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