Quercus contra cimenteira às portas de Rio Maior - TVI

Quercus contra cimenteira às portas de Rio Maior

Ambiente

Associação ambientalista emitiu parecer desfavorável à construção da cimenteira na fase de consulta pública da avaliação de impacte ambiental

A associação ambientalista Quercus manifestou-se, esta quinta-feira, contra a instalação de uma cimenteira às portas da cidade de Rio Maior, em sítio da Rede Natura e junto ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.

«A Quercus considera que os impactes previstos, com afectação do Sítio de Importância Comunitária ¿ Serras de Aire e Candeeiros da Rede Natura 2000, da Reserva Ecológica Nacional (REN) numa zona limítrofe ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, são inaceitáveis e contrariam um desenvolvimento sustentável», lê-se num comunicado da associação.

A Quercus, que emitiu parecer desfavorável à construção da cimenteira na fase de consulta pública da avaliação de impacte ambiental que termina na sexta feira, salienta que a área prevista para a cimenteira, onde já existe uma pedreira, «encontra-se no Maciço Calcário Estremenho e está condicionada pela REN».

«Algumas das pedreiras referidas no estudo como complementares ao projecto distam mais de 20 quilómetros, pelo que o transporte de matéria-prima necessária agrava de forma muito significativa as emissões de CO2 e de outros poluentes», alerta ainda.

De acordo com a associação, «em termos de emissões, não está devidamente estudado o impacte que poderá ter na qualidade do ar em termos gerais e, principalmente, para a cidade de Rio Maior, que está demasiado próxima».

«O estudo refere a probabilidade de impactes negativos locais na fase de exploração, com a degradação da qualidade do ambiente marginal, sobretudo devido às emissões poluentes e à produção de resíduos», esclarece a Quercus, adiantando que o mesmo documento «não refere os impactes dos poluentes como os metais pesados, dioxinas e furanos».

O dirigente da Quercus, Domingos Patacho, disse à agência Lusa «estar preocupado» com a possível instalação da cimenteira e, ao mesmo tempo, revelou-se «surpreendido» por a mesma prever uma «distância inferior a dois quilómetros» da cidade de Rio Maior sem que tenha existido uma «ampla discussão pública».
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