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Emissões de carbono: Portugal «acordou tarde»

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Se o país não reduzir drasticamente, terá de comprar adverte especialista

Portugal «acordou tarde» para o problema das alterações climáticas e, se não reduzir drasticamente as emissões de carbono até 2012, vai ter de comprar licenças de emissão com custos significativos para o país, escreve a Lusa.

O alerta foi deixado esta segunda-feira por Pedro Santos, da comissão organizadora do I Congresso Nacional sobre Alterações Climáticas (Clima 08) que decorre em Aveiro, considerando insuficientes as medidas tomadas na área dos transportes para cumprir as metas do Protocolo de Kioto.

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«Acordou-se tarde para o problema das alterações climáticas e, ou reduzimos as emissões de carbono de forma drástica até 2012, ou vamos ter de comprar licenças de emissão, com custos significativos para o país», sustentou aquele especialista, advertindo que Portugal já ultrapassou em 10 por cento o aumento de emissões que lhe era permitido, de acordo com as metas fixadas.

A «culpa» para Pedro Santos vem, sobretudo, do sector dos transportes, onde as medidas têm sido insuficientes, já que as autoridades metropolitanas de transporte não estão a funcionar, sendo essenciais para a coordenação e interligação do transporte colectivo ao nível supramunicipal.

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O responsável dá como exemplo o facto de «não se estar a potenciar o excelente investimento que foi feito no metro do Porto» porque «as carreiras de autocarros continuam com as mesmas rotas como se ele não existisse».

«Tratando-se de um investimento estruturante, tem de haver complementaridade, mas os operadores não têm uma autoridade que os obrigue a redefinir as carreiras, de maneira a fazer chegar o transporte colectivo a outras zonas», disse.

Envelhecimento das frotas

Outro dos problemas que Pedro Santos aponta é o do envelhecimento das frotas das empresas no transporte de mercadorias, defendendo que devem ser dados incentivos fiscais à sua renovação, à semelhança do que é prática noutros países, porque implica elevados investimentos.

Pedro Santos deixou um apelo ao Governo para se empenhar «num esforço de última hora, envolvendo as autarquias e outros agentes, para conseguir reduzir as emissões de carbono até 2012, encarando a questão, também nos transportes, como oportunidade para evoluir com novos produtos, serviços e soluções tecnológicas».

O especialista elogiou a política que tem sido seguida em relação às energias alternativas, para reclamar idêntica atitude face aos transportes. «É um bom exemplo do que Portugal pode fazer, havendo a definição política dessa prioridade», frisou.

O I Congresso Nacional sobre Alterações Climáticas (Clima 08) reúne, hoje e terça-feira, em Aveiro 240 participantes, entre especialistas nacionais e internacionais da área da Engenharia do Ambiente, com o alto patrocínio do Presidente da República.

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