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Reciclagem de rolhas e preservação de borboletas

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Os primeiros jovens portugueses a integrar o Eco Parlamento subiram esta quinta-feira ao palco de um congresso em Praga, República Checa, para falarem dos seus projectos de reciclagem de rolhas de cortiça e preservação das borboletas.

Os dois projectos estão a ser desenvolvidos ao nível local, um no Fundão e outro na aldeia de Lanheses, perto de Viana do Castelo, e foram escolhidos pelo Instituto Português da Juventude e pela Sociedade Ponto Verde para representar Portugal no Eco Parlamento, uma iniciativa europeia que pretende sensibilizar os mais novos para a preservação do ambiente.

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«Escolhemos as borboletas porque podem ser usadas como um bioindicador da qualidade ambiental. Fazemos observações desde 2005 e já contamos mais de 40 espécies na nossa zona. O interessante vai ser, daqui a uns anos, ver quais ainda cá estão ou não», explica António Franco, um estudante da escola EB 2,3 de S. de Lanheses.

A borboleta não aparece em locais muito poluídos, acrescenta o seu colega Diogo Lima, de 17 anos, congratulando-se com o facto de ser um bom indicador ambiental as 40 espécies encontradas.

Ao todo, este projecto da escola de Lanheses envolveu mais de 500 alunos, professores e membros da comunidade local.

«Nas caminhadas que fizemos, de rede na mão, para apanhar borboletas, participaram pais, professores, mas também várias pessoas da aldeia, incluindo uma senhora de 69 anos», contou Conceição Sá, professora de ciências naturais daquela escola de Lanheses.

Além de estudarem as borboletas na região, os alunos dedicam-se ainda a um projecto de construção de jardins que ajudem a preservação das borboletas.

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«Fizemos um jardim à entrada da escola. Mas quem quiser ter uma borboleta em casa basta arranjar um vaso de arruda e a lagarta acaba por aparecer. Se todos tivessem um jardim, era como se tivéssemos um parque natural sem os gastos que costumam estar associados», comentou a professora Conceição Sá.

O segundo projecto português escolhido para participar no Eco Parlamento e da escola secundária do Fundão, onde algumas dezenas de alunos se dedicam, desde o ano passado, a bater à porta de restaurantes para recolher rolhas de cortiça já usadas.

«Pensamos nas rolhas de cortiça porque são um material desperdiçado e porque Portugal é o maior exportador do mundo» deste produto, conta Sara Amaral, de 16 anos, estudante daquela escola do Fundão.

«As primeiras recolhas em restaurantes começaram a ser feitas em Fevereiro do ano passado e desde aí já recolhemos cerca de 200 quilos de rolhas de cortiça», acrescenta Carolina Fidalgo, 16 anos, que também participa naquele projecto. Nas próximas semanas, os alunos pretendem entregar as rolhas, para reutilizar, à Corticeira Amorim. Os cinquenta cêntimos que a empresa vai pagar por cada quilo de rolhas vão reverter a favor de uma instituição local que acolhe criancas.

A aceitação do material reciclado no mercado europeu é o tema central do quarto encontro europeu de entidades gestoras de resíduos de embalagens, congéneres da Sociedade Ponto Verde (SPV), que começou em Praga.

«O principal objectivo do encontro é partilhar experiências, em especial sobre o uso do resíduo como alternativa aos recursos naturais», explicou à agência Lusa o director-geral da SPV, Luís Veiga Martins.

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