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Ventura vai retirar confiança política a dirigentes que tenham participado em movimentos extremistas

Deputado do Chega assegurou igualmente que não irá tolerar nem admitir ”qualquer presença em órgãos dirigentes de militantes que estejam ou tenham estado ligados, quer a atos violentos, quer a atos subversivos, ligados a movimentos extremistas, movimentos violentos ou movimentos racistas”

O presidente do Chega, André Ventura, comprometeu-se a retirar a confiança política aos dirigentes do partido que tenham estado ligados a movimentos extremistas, e quer que os novos militantes indiquem se pertenceram a organizações desse género.

“Enquanto eu for líder do Chega, nenhuma possibilidade haverá de que o partido seja conotado, envolvido ou associado com quaisquer movimentos extremistas, subversivos ou racistas, não é essa a minha posição ideológica, essa posição não é admissível numa democracia e num Estado de direito como aquele em que vivemos”, salientou, em conferência de imprensa na Assembleia da República, em Lisboa.

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O deputado único assegurou igualmente que não irá tolerar nem admitir ”qualquer presença em órgãos dirigentes de militantes que estejam ou tenham estado ligados, quer a atos violentos, quer a atos subversivos, ligados a movimentos extremistas, movimentos violentos ou movimentos racistas”.

“Farei tudo o que estiver ao meu alcance para impedir que isso aconteça, porque é a saúde da nossa democracia que está em causa, e é a imagem do Chega enquanto partido parlamentar que está em causa também”, assinalou Ventura, notando que quer combater igualmente “tentativas de tomar o partido a partir de fora”.

A revista Sábado publica hoje uma investigação na qual dá conta da existência de dirigentes e militantes do Chega que passaram anteriormente por movimentos e partidos de extrema-direita.

Um desses casos é o presidente da Mesa da Convenção Nacional do Chega, Luís Filipe Graça, que, segundo a reportagem, já esteve ligado ao Partido Nacional Renovador (PNR) e à Nova Ordem Social (NOS), movimento fundado por Mário Machado.

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O líder do Chega, partido oficializado pelo Tribunal Constitucional desde o ano passado, adiantou que exigiu “a todos os que foram envolvidos [na investigação], e sobretudo aos dirigentes do Chega, que fizessem um desmentido imediato de qualquer ligação atual ou passada a movimentos como o NOS, ou outros, desmentido esse que já foi feito, nomeadamente pelo presidente da Mesa” da Convenção Nacional.

A partir de agora, será feito “um levantamento o mais rigoroso possível” àqueles que já são militantes e, se forem encontradas ligações a movimentos do género, o líder do partido compromete-se a tomar medidas.

“Se estiverem em causa dirigentes, perderão imediatamente a minha confiança política, se estiverem em causa militantes, serão enviados os respetivos processos para o Conselho de Jurisdição Nacional, ou distrital, caso exista”, vincou.

Esse controlo “das origens destes militantes, dos seus objetivos e da sua militância ideológica” será levado a cabo através da identificação de “fluxos de militantes que tenham entrado em muita quantidade na mesma altura, no mesmo dia, levantando suspeitas de ser um movimento organizado” e também através de pesquisa “de perfis públicos e dados públicos”.

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Ainda assim, o líder do Chega rejeitou “julgar as pessoas pelo passado político que tenham”, alegando que “uma coisa é ter participado em movimentos violentos ou em atos criminosos, outra é ter um determinado passado político”, como o próprio, que já foi autarca eleito pelo PSD.

André Ventura indicou ainda que o partido conta atualmente com “cerca de oito mil militantes” provenientes “de todas as origens políticas, de todas as origens sociais e de todas as origens ideológicas, coisa que o Chega não controla”.

Do total atual, “seis mil ou sete mil” manifestaram intenção de pertencer ao partido após as eleições legislativas de outubro, nas quais o partido conseguiu eleger um deputado único, o que acarreta “um problema muito grande de controlo”, assinalou.

O presidente do Chega explicou que os cidadãos podem inscrever-se no partido através do ‘site’ do partido, ou entregando o formulário fisicamente.

De acordo com a página do partido na internet, para realizar a sua pré-inscrição a pessoa deverá indicar obrigatoriamente o nome, o apelido, o Número de Identificação Fiscal (NIF), e-mail, contacto telefónico e data de nascimento, bem como a morada, código postal, concelho, distrito e país onde vive, mas não existem questões sobre o percurso político.

A partir “da próxima semana”, assegurou André Ventura, “todos os formulários de inscrição no Chega terão duas perguntas obrigatórias sobre a anterior filiação, quer a movimentos políticos, quer a partidos políticos” nos últimos cinco anos, medida que ainda terá de autorizada pelo Conselho de Jurisdição.

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