Ainda assim, os analistas não encontram dados que permitem afirmar que o fim dos benefícios fiscais para este tipo de produtos financeiros terá um impacto no nível de poupanças dos portugueses, segundo o Diário Económico.
Os dados da APFIPP e o do ISP mostram que em 31 de Dezembro de 2003 estavam aplicados em PPA e PPR/E cerca de 2.450 milhões de euros. Segundo os dados do Banco de Portugal, em 2003, a taxa de poupança dos particulares correspondeu a 11,8% do rendimento disponível. Desta forma, a poupança dos particulares atingiu valores na ordem dos 10,8 mil milhões de euros. Resultado disto, os montantes dos PPA e PPR/E correspondem a cerca de 22,7% da poupança dos particulares no ano transacto.
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Independentemente deste valor, os analistas afirmam que não é líquido que as medidas anunciadas pelo ministro das Finanças e Administração Pública, Bagão Félix, tenham influência na evolução do nível de poupança.
Rui Constantino, economista-chefe do Santander Negócios, explicou ao diário que, apesar do elevado stock aplicado nestes produtos financeiros, a evolução dos fluxos ao longo do ano não é «substantiva», com a excepção dos últimos meses do ano. Altura em que as aplicações aumentam com as pessoas a procurarem maximizar os benefícios fiscais que tinham à sua disposição.
Para o economista, é possível que os particulares passem as suas poupanças para outro tipo de produtos. Ou então, o próprio sistema financeiro poderá criar novos produtos, procurando outras soluções que garantam a optimização fiscal a quem investe as suas poupanças nestas aplicações.
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