Os cerca de 100 alunos portugueses impedidos desde do fim de Janeiro de frequentarem as aulas de língua portuguesa pelo director de uma escola suíça vão regressar à escola sexta-feira, disse hoje à Lusa a professora.
Teresa Soares, professora de português paga pelo Ministério da Educação de Portugal, adiantou que os 95 alunos portugueses vão regressar sexta-feira à escola de St. Gallen, próximo de Zurique, mas a Embaixada de Portugal em Berna terá de pagar a limpeza da sala de aulas.
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A professora manifestou-se contra esta imposição da escola, considerando que os pais dos alunos pagam impostos na Suíça e têm os mesmo direitos que os suíços.
A 27 de Janeiro, o director da escola impediu os 95 alunos e a professora de participarem nas aulas de língua portuguesa, alegando que não deixavam a «sala limpa», o quadro ficava «mal apagado» e que «desapareciam coisas». Na altura, alunos, pais e professora consideram a atitude do director «xenófoba» e «discriminatória».
Contactada pela Agência Lusa, fonte da escola disse que «houve distúrbios graves provocados pelos alunos portugueses, porque não eram vigiados nem acompanhadas pela professora».
A fonte desmentiu tratar-se de um acto xenófobo, uma vez que a escola é frequentada por árabes, croatas, italianos e sérvios, com os quais não tem havido problemas.
«Aconteceu não por serem portugueses, mas por falta de acompanhamento e autoridade», salientou.
Os 95 alunos portugueses, que frequentam cursos entre o segundo e o décimo ano, têm as aulas de língua e cultura portuguesa em horário extra-curricular.
Teresa Soares disse ainda à Lusa que a interrupção de mais de cinco semanas «causou uma quebra entre os alunos» e que «não vai ser possível dar toda a matéria» até ao final do ano.
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