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Barracas: ciganos preocupados, vizinhos aliviados

Aguarda-se a qualquer momento a chegada das máquinas para efectuar a demolição

O alívio dos vizinhos contrastava esta terça-feira com os lamentos da comunidade cigana residente no Bacelo, freguesia de Campanhã, Porto, onde se aguarda, a todo o momento, a chegada das máquinas para derrubar as barracas onde residem, noticia a Lusa.

«Isto aqui é uma badalhoquice. São ratos mortos, carraças por todo o lado, fazem-se as necessidades ao ar livre o onde calha. Isto é uma vergonha, espero que finalmente se vão embora», queixava-se uma vizinha.

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A decisão da Câmara do Porto (CMP) de despejar as famílias ciganas ali residentes, devido a situações de insalubridade das barracas, é também aplaudida por uma outra vizinha.

«Não arranjam muitos problemas, mas vivem no meio da porcaria que acaba por nos afectar a todos nós», disse, referindo ter já sido obrigada a chamar uma equipa de desinfestação por causa de uma invasão de carraças em casa.

Por seu lado, as cerca de 16 famílias ciganas ali residentes preferem manter-se a viver naquelas condições do que ser alojados em pensões, ainda que temporariamente.

Começaram cedo a preparar a saída

Apesar de discordarem desta proposta, os residentes das barracas do Bacelo começaram cedo a arrumar os seus bens nas carrinhas.

Os agregados, todos pertencentes à mesma família, sabiam já do indeferimento da providência cautelar que apresentaram segunda-feira no Tribunal Administrativo para suspender o despejo ordenado pela CMP. «Esperamos que o senhor presidente da câmara tenha bom senso e nos veja como pessoas e não como animais. Somos humanos e as nossas crianças tem direito a uma casa, com mais higiene e privacidade», disse Vera Augusta, residente no local há mais de 20 anos.

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Também Perfeita dos Santos, 31 anos, grávida de seis meses e já com cinco filhos, afirmava que era melhor continuar a viver no mesmo local do que ir para uma pensão.

Ao que a Lusa apurou, nenhuma das famílias ali residentes tem qualquer ocupação profissional, sobrevivendo todos do Rendimento Social de Inserção.

A autarquia não divulgou quando pretende avançar com a demolição das barracas.

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