Quem o diz é o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), João Salgueiro.
«A questão interna» do BCP «não põe em causa a instituição, mas pode pôr uma pessoa ou outra», afirmou João Salgueiro em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre o Orçamento de Estado para 2008, organizada pelo Fórum para a Competitividade.
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O Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) estão a investigar operações bancárias realizadas pelo BCP, nomeadamente a concessão de crédito a empresas a que está ligado um filho de Jardim Gonçalves, actual presidente do Conselho Geral e de Supervisão e na altura presidente da Administração.
O último desenvolvimento deste caso foi o assumir desses créditos, declarados incobráveis pelo banco, por Jardim Gonçalves, diz a «Lusa».
Depois deste episódio, cabe ao conselho de administração e ao próprio Jardim Gonçalves decidir o seu futuro dentro da instituição, considera o presidente da APB.
Questionado sobre se Jardim Gonçalves terá agido correctamente ao assumir a dívida, João Salgueiro disse não saber exactamente como se processou, mas admitiu que se havia dívida e se Jardim Gonçalves estava ligado a ela, então «fez bem» em pagá-la.
Para o responsável da APB, a questão em causa é saber se a concessão do empréstimo estava dentro da lei, mas reconheceu também a existência de um «problema ético».
«Execesso de confusão não ajuda a esclarecer nada», sublinha João Salgueiro, advogando por isso que a APD não deve emiscuir-se nestes assuntos, que os reguladores (banco de Portugal e CMVM) já estão a acompanhar, recordou.
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